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Destilaria de MT investirá R$ 25 milhões em primeira planta de biodiesel

A Barrálcool, de Barra dos Bugres (MT), vai investir R$ 25 milhões em uma fábrica de biodiesel anexa à usina de açúcar e álcool. Esta é a primeira planta integrada a uma usina sucroalcooleira no país, segundo José Luiz Olivério, vice-presidente de negócios da indústria de base Dedini, empresa responsável pelo projeto.

A planta de biodiesel deverá entrar em operação a partir de julho de 2006, com capacidade para processar 50 milhões de toneladas de oleagionosas (ou 57 milhões de litros), disse Olivério.

Segundo João Petroni, diretor-presidente da Barrálcool, a empresa assinou nesta terça-feira (13/12) uma parceria com agricultores familiares da região de Barra dos Bugres, com apoio do Ministério do Desenvolvimento Agrário. Esses agricultores familiares deverão fornecer parte dos grãos para a produção de biodiesel.

Petroni afirmou que os assentados deverão ser responsáveis por até 20% do fornecimento dos grãos para a nova planta. Os outros 80% dos grãos serão provenientes da própria usina, que realiza rotação de cultura da cana-de-açúcar com a soja.

Segundo Olivério, a Barrálcool vai ter uma economia de 20% a 25% com a instalação de uma planta anexa. “O fato de ser integrada facilita pela estrutura já existente e também pela utilização da energia [gerada pela própria usina com a queima do bagaço]”, disse Olivério. Petroni, da Barrálcool, disse que a empresa contratará mais funcionários para trabalharem na nova planta.

A planta de biodiesel produzirá o produto por meio de duas rotas – a etílica, com a utilização de álcool, considerada 100% ecológica, e a metílica, com metanol. Segundo Petroni, toda a produção de biodiesel deverá ser adquirida pelo governo federal. O governo já tinha anunciado que fará leilões de compras de biodiesel, que deverá ter sua mistura obrigatória de 2% ao óleo diesel a partir de 2008. A demanda anual no país está projetada em 800 milhões de litros por ano.

A Barrálcool foi fundada há 23 anos e tem o perfil voltado para a produção de álcool. Nesta safra, a 2005/06, a moagem foi de 1,9 milhão de toneladas de cana-de-açúcar, 13,6% abaixo do mesmo período do ano passado, por conta da forte seca que atingiu a região, segundo Petroni. Para a nova safra, a 2006/07, a expectativa é de que a moagem atinja 2,3 milhões de toneladas.