Depois de ganhar na disputa pela instalação da refinaria da Petrobras e Petroleos da Venezuela S.A (PDVSA), Pernambuco pode receber uma fábrica de grande porte de biodiesel. Caso seja confirmada a instalação da planta, o Estado será o primeiro do Nordeste a abrigar uma planta com capacidade para processar 100 mil toneladas do combustível verde. Unidades nesses moldes – quatro no total -, por enquanto, só estão garantidas para o Sul e Sudeste do País, em 2006. Antes de ontem, o diretor de Abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa, anunciou a construção de três fábricas menores (de 40 mil toneladas cada) na Bahia, Ceará e Minas Gerais.
A produção local poderia ficar a cargo da mamona, cujo potencial de cultivo é registrado em 50 municípios como Araripina, Barra de Guabiraba, Caruaru, Garanhuns, Ouricuri, Petrolina, Triunfo e Vitória de Santo Antão. “Vamos ter uma grande demanda nacional entre 2008 e 2010. Em 2008 deveremos acrescentar 2% de biodiesel em todo o diesel consumido no País. As 120 mil toneladas que teremos desses três pilotos menores (Bahia, Ceará e Minas Gerais) não serão suficientes, pois precisaremos de mais 250 mil. Por isso, há possibilidades para Pernambuco, principalmente depois da refinaria”, disse o gerente de Engenharia para Implantação de Projetos Renováveis da Petrobras, Ronaldo Marnet.
Ele ressaltou, no entanto, que a companhia ainda está estudando se a mamona é a melhor fonte para a produção do biodiesel e quais as condições de logística necessárias. Outras oleaginosas como dendê, babaçu, soja e palma também são alternativas à produção. “Ainda não sabemos qual a melhor matriz. O Nordeste só consome 15% de diesel”. Pernambuco é o segundo maior mercado consumidor da Região, perdendo somente para a Bahia, com 802,4 mil metros cúbicos em 2004. Hoje, o Brasil produz cerca de 70 milhões de litros de biodiesel.