Os campos de girassol vão mudar o perfil da agricultura da pequena Iguatama, no Cento- Oeste de Minas. Os produtores rurais acostumados com o milho e a soja podem encontrar no óleo de girassol uma alternativa de produção sustentável. A mudança começa com a instalação da usina Moriá, da empresa Agrodiesel, que está em fase de teste e começa a operar em janeiro. O consumo anual será de 12 mil toneladas da cultura, o que deve criar cerca de 800 mil empregos no campo. A empresa vai lançar sábado o programa Verde Vida, para explicar aos agricultores as vantagens do cultivo de girassol e começar a fechar contratos com aqueles que se interessarem. “Já estamos produzindo em fase de teste, para começar a produção em janeiro. O trabalho da usina será baseado na parceria com produtores da região. Queremos gerar riqueza para o agricultor e fazer com que ela não saia do município”, diz Almir Fernandes de Aguiar, dono da usina. Ex-empresário da extração de calcário, ele decidiu mudar de vida e investir no biodiesel há cerca de dois anos. Animado com a perspectiva de bons resultados no trabalho com os produtores, ele estima que serão necessários acordos com 200 a 250 agricultores para garantir a oferta necessária. “Nossa intenção é ampliar ao máximo o número de fornecedores de girassol, pois queremos dar um caráter social ao trabalho na região”, comenta. A escolha do girassol para a produção de biodiesel foi estratégica. Apesar de a safra de soja na cidade ser de aproximadamente 50 mil toneladas por ano, o giras- sol rende quase o dobro de óleo, o que o torna mais econômico. “Ficou mais viável, por causa do rendimento dobrado em relação à soja”, diz Aguiar. Segundo o empresário, como o foco do trabalho da indústria será valorizar os produtores locais, o preço do biodiesel será 10% menor que o diesel tradicional, apesar de o valor do combustível verde no mercado ter cotação superior ao comum. Todos os 10 mil litros diários produzidos pela usina Moriá serão vendidos aos próprios produtores rurais de Iguatama. Aguiar já faz planos também de participar dos futuros leilões de biodiesel que a Agência Nacional do Petróleo (ANP) realizará. O primeiro leilão para a compra e venda do combustível foi feito em novembro, quando foram negociados 70 milhões de litros do combustível verde. Produtores de Minas Gerais, Pará, Goiás e Piauí participaram do leilão. A Petrobras comprou 93,3% do total ofertado, que teve preço máximo de referência de R$ 1,92 por litro. A previsão da ANP é de que até dezembro de 2007 sejam adquiridos 800 milhões de litros de biodiesel. Em 2008, a adição de 2% de biodiesel ao diesel derivado de petróleo, atualmente facultativa, passará a ser obrigatória em todo o país.
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