Mercado

Indústria da cana move economia do interior

Os três municípios que lideram ranking de emprego industrial no Estado tiveram o número de vagas de trabalho impulsionado neste ano pelo bons resultados do açúcar e do álcool.

Sertãozinho, que lidera o ranking do emprego elaborado pelo Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), registrou um aumento de 13,16% nos postos de trabalho neste ano. Em 2004, porém, sem os efeitos positivos da cana-de-açúcar, o município amargou a 22ª posição entre os que mais contrataram.

Piracicaba e Araraquara vêm nas segunda e terceira posições no ranking de contratações do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) neste ano, também influenciados pela cana.

Por outro lado, enquanto o interior vive um boom de emprego, a capital acumula apenas 1,74% de crescimento até setembro.

Para o economista-chefe do Ciesp, Carlos Cavalcanti, o crescimento dos empregos nas regiões da cana é reflexo do aumento do preço internacional das commodities, que compensaram a perda de competitividade das exportações brasileiras com o dólar barato.

“Existe um dinamismo no setor que é fruto de um planejamento das empresas desde 2004”, afirma.

Segundo Cavalcanti, a euforia com o emprego tem tudo para continuar. “Tudo indica que essa “onda” veio para ficar pelo menos nos próximos dez anos”, afirmou, citando os custos mais competitivos do álcool em relação ao petróleo, o crescimento dos carros bicombustíveis e a crescente preocupação ambiental.

As estatísticas internacionais também dão alento ao otimismo. As projeções do EIU (Economist Intelligence Unit), da revista “The Economist”, mostram que os preços do açúcar vão atingir, em média, 10,75 centavos de dólar por libra-peso no próximo ano. Se confirmado, esse valor supera em 51% o de 2003.

Safras e estoques menores, além de forte demanda internacional por álcool e açúcar, vão manter os preços em alta até 2007, quando devem cair 8,17% em relação aos de 2006.

Com apenas 100 mil habitantes, Sertãozinho é hoje um dos principais beneficiados pelo crescimento da cana-de-açúcar. O município tem seis usinas e responde por 30% da produção nacional de álcool.