Mercado

Técnica do biocombustível atrai estrangeiros

Representando 26% do Produto Interno Bruto (PIB) agrícola do Estado de São Paulo, a cadeia produtiva nacional de cana-de-açúcar movimentou no ano passado algo em torno de US$ 20 bilhões. Por conta disso, nada mais natural que o setor tenha, a partir de agora, um espaço exclusivo para a troca de experiências e contatos. É essa a meta da primeira edição da Feira Internacional do Setor Sucroalcooleiro (Feisucro), promovida pela Alcantara Machado . O evento começa hoje e se estenderá até o dia 10, no Pavilhão de Exposições do Anhembi.

De acordo com José Danghesi, um dos diretores da Feisucro, o mercado externo é um dos alvos do encontro. Para ele, países como o Japão parecem buscar desenvolver tecnologias no setor de biocombustíveis e, por isso, há indícios de terem começado a crescer os olhos para o Brasil, nesse sentido.

Especialistas nesse mercado acreditam que apenas para atender ao Japão, o Brasil precisaria de 100 novas usinas de processamento de cana. Atualmente, operam no território nacional 320 indústrias desse porte.

Entidades ligadas ao setor ressaltam que elas esperam produzir em 2005 13 bilhões de litros de álcool. “O cenário é favorável a um evento como a Feisucro, que busca discutir desde questões sobre a agroenergia (energia gerada pela agricultura), até sobre o biocombustíveis (etanol e biodiesel)”, comentou Danghesi.

Alemanha, Reino Unido, Índia, Jamaica e Senegal são outros países que devem integrar a lista de interessados no Brasil na área de biocombustíveis. As informações são do diretor do Departamento de Cana-de-Açúcar e Agroenergia do Ministério da Agricultura, Ângelo Bressan. O crescente interesse deve-se ao fato de que o Brasil é o maior produtor e exportador mundial de álcool extraído de cana. Também contribuem para isso os altos preços internacionais do petróleo e a previsão de que as reservas do produto em todo o planeta se esgotarão em 50 anos.

Histórias de sucesso

Com um faturamento na ordem de R$ 22 milhões, a Apema Aparelhos, Peças e Máquinas Industriais Ltda. espera incrementar os negócios este ano em torno de 10%. James José Angeline, gerente de vendas da empresa, ressalta que, para alcançar a meta de crescimento, a Apema apostou este ano em maquinário, infra-estutura e ações de marketing para divulgar as ações da companhia. Envolvida na divulgação de seu novo Sistema de Resfriamento de Água, a empresa pretende participar da Feisucro para reforçar o posicionamento da marca e conquistar novos clientes nacionais.

A indústria Permetal S.A. Metais Perfurados , instalada na cidade de Guarulhos (SP), crê em um ano mais favorável aos cofres da empresa. A previsão para 2005 é fechar com uma receita da ordem de R$ 30 milhões, cerca de R$ 5 milhões a mais do que no ano passado.

Jorge Luiz Leal Filho, analista de negócios da Permetal ressalta os investimentos em maquinário e tecnologia como algumas das ações que alavancaram os negócios este ano.

Para ele, estratégias de marketing como Internet e anúncios em publicações segmentadas também são ações acertadas e que devem ser adotadas pelo mercado como um todo. Sobre a participação na feira da Alcantara Machado, Luiz diz que a meta é apresentar linhas de pisos industriais, chapas retentoras e telas, “tudo isso para um público realmente seleto e, por isso, ainda mais exigente”.