Nenhum fabricante de carros instalado no Brasil quer ficar de fora. A cada dia que passa surgem mais modelos com a opção do motor flexível. Somente a Toyota não anunciou ainda a adesão a esse grupo. Mas, fontes da indústria de autopeças dão conta de que a empresa já está negociando com fornecedores.
Há poucos dias, a direção da Honda revelou os planos de começar a colocar motor bicombustível em seus carros a partir de 2006. A Citroën vai lançar os primeiros modelos do compacto C3 com essa tecnologia no final de setembro deste ano.
As montadoras que não estavam no país nos tempos do programa Proálcool, que teve auge nos anos 80, demoraram mais tempo para lançar o produto. Ainda enfrentam dificuldades, sobretudo os modelos equipados com motores importados.
Dois terços das vendas da General Motors no país já são de carros com motor flexível e o diretor de marketing, Samuel Russell, estima que até o final do ano esse percentual estará entre 80% e 90%.
No mês passado, 83% dos carros que saíram da linha de produção da Fiat são modelos que podem rodar com álcool e gasolina. Na Ford, a participação da tecnologia na linha é de 40%.
A Peugeot entrou nesse mercado há apenas quatro meses e desde então 24,5% dos carros vendidos saíram com motor flexível. A fatia vai aumentar quando a empresa lançar o motor 1.4 com a inovação.
A Renault , que criou o seu sistema sem a ajuda da indústria de autopeças, ostenta fatias de 32% para a linha Clio e 27% no modelo Scénic.
Os volumes dispararam quando a indústria começou a produzir os carros 1.0 com motor flexível. “No começo tínhamos o trabalho de explicar o que era essa novidade para o consumidor; hoje é ele quem nos ensina, pedindo os modelos que ainda não foram lançados com esse motor”, destaca o diretor de marketing da Volkswagen, Paulo Sérgio Kakinoff.