A diretoria da Petrobras informou hoje que a auto-suficiência de produção de petróleo deve ser atingida já em 2005, antes do prazo previsto, que era em 2006. A projeção leva em conta a entrada em funcionamento das plataformas P-43 e P-48, cada uma com capacidade de produção de 150 mil barris/dia, e ainda a produção da P-34.
Além disso, a empresa considera o crescimento de 2,4% ao ano da demanda média de derivados de petróleo até 2007. A Petrobras destacou que a P-43, que atuará no campo de Barracuda, em Campos, no Norte Fluminense, deixará o estaleiro Mauá-Jurong, em Niterói, em 9 de outubro próximo.
Segundo a empresa, o primeiro óleo – já comercial – virá em 11 de novembro. A P-48, que atuará no campo de Caratinga, também em Campos, deixará o estaleiro Brasfels, em Angra dos Reis, em 15 de dezembro deste ano, com o primeiro óleo sendo comercializado em 17 janeiro de 2005. Já a P-34 atuará no campo de Jubarte, no Espírito Santo. A P-43 teve cerca de 30% de sua produção realizada em Cingapura, o que corresponde à restauração do casco do navio-base e à preparação do convés.
Já os 11 módulos da plataforma foram montados no estaleiro em Niterói. Por sua vez, a P-48 teve sua montagem totalmente feita no Brasil. O custo do projeto das duas plataformas soma US$ 3,112 bilhões, sendo 30,4% vindos de financiamento do BNDES. No entanto, o custo inicial das produções foi orçado pela Petrobras em US$ 3,085 bilhões, mas o gasto adicional de US$ 59 milhões com a parceira KBR atrapalhou a estimativa. Houve, ainda, redução da taxa de juros durante as negociações.
O projeto das duas plataformas teve um atraso de 18 meses em sua finalização, que, segundo a diretoria, é explicado por problemas com a liberação de licenças, greve na Polícia Federal, adaptação com a retomada da Indústria Naval, problemas de impostos e ainda mudanças no contrato entre a Petrobras e a KBR.
“Atraso de produção nunca foi e nunca será insignificante, mas temos que analisar todos os motivos”, disse o gerente-executivo de Engenharia da Petrobras, Pedro Barusco Filho. Dessa forma, a empresa garante que está mais atenta a alguns pontos do planejamento de projetos. “Estamos aumentando nossa preocupação com a fase do planejamento, diversificando o fornecedor e aumentando a supervisão. Temos tomado medidas para atenuar estes riscos”, explicou o diretor financeiro da companhia, José Sérgio Gabrielli.