Os produtores do setor sucroalcooleiro do Nordeste sinalizam que as primeiras previsões para a safra 2004/05 apontam para uma repetição dos resultados da safra anterior. Em 2003/04, foram esmagadas 59,7 milhões de toneladas de cana e as estimativas para esta safra apontam para entre 58 milhões e 60 milhões. A produção de açúcar deverá ficar entre 4,5 milhões e 4,6 milhões de toneladas, enquanto a de álcool deverá variar de 1,68 bilhões a 1,72 bilhões de litros. “Teremos uma avaliação mais precisa no começo de setembro, após o início da safra da regional em meados de agosto”, diz o presidente do Sindaçúcar/PE, Renato Cunha.
Em Alagoas, maior Estado produtor do Nordeste, a expectativa para a safra é de um volume semelhante ao de 2003/04 quando foram esmagadas 28,7 milhões de toneladas de cana. A previsão dos técnicos do Sindicato das Indústrias do Açúcar e do Álcool de Alagoas (Sindaçúcar/AL) é de que a produção de açúcar e de álcool se estabilizem em patamares semelhantes ao do exercício anterior, quando foram processados 2,4 milhões de toneladas de açúcar e 703,4 mil metros cúbicos de álcool. O faturamento, levando-se em conta preços atuais, poderá subir cerca de 15% sobre o resultado anterior, que foi de R$ 1,7 bilhões.
O desempenho em 2004/05 está ligado ao clima. As chuvas que estão caindo freqüentemente na região têm influência direta sobre a produtividade dos canaviais e da indústria sucroalcooleira, conforme lembra o presidente do Sindaçúcar/AL, Pedro Robério Nogueira.
Em Pernambuco, segundo maior produtor nordestino, o setor espera moer entre 18 milhões e 19 milhões de toneladas de cana em 2004/05. O volume previsto é entre 5% e 6% superior ao de 2003/04, quando a moagem foi de 17,5 milhões. As previsões do Sindaçúcar/PE apontam para produção de 2,5 milhões de toneladas de açúcar e até 350 milhões de litros de álcool. “São estimativas preliminares para a safra que começa este mês” , afirma o presidente do Sindaçúcar/PE, Renato Cunha.
Uma boa notícia vem do Porto de Suape, a 33 quilômetros do Recife. O porto foi credenciado oficialmente pela bolsa de Londres para realizar exportações de açúcar refinado. As operações começarão em maio de 2005. Cunha estima que as exportações totais de açúcar devem atingir 750 mil toneladas, sendo que entre 26% e 27% de açúcar ensacado. A previsão é que os embarques estaduais de álcool representem de 12% a 15% da produção. Pernambuco passa, assim, a ter dois portos credenciados por Londres. O outro é o porto do Recife.