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Paraná: Produtores de cana prevêm safra 3% menor

Com cinco das 27 usinas e destilarias do Paraná já processando a safra 2004/2005 de cana-de-açúcar, o setor sucroalcooleiro no Estado espera uma quebra de 2,4% na moagem e de 3% na produtividade ante a safra passada. A previsão é da Associação dos Produtores de Açúcar e Álcool do Paraná (Alcopar).

Segundo o superintendente da entidade, José Adriano da Silva Dias, as unidades irão processar 28 milhões de toneladas de cana ante 28,5 milhões na safra 2003/2004. Já a produtividade, que atingiu 144 kg de açúcar equivalente por tonelada de cana processada (ATR) na safra passada, deve cair para 140 kg/ton processada. ‘A estiagem a partir de outubro do ano passado fez com que a cana não se desenvolvesse satisfatoriamente. Algumas usinas que pretendiam iniciar a safra no começo de março só estão operando agora’, afirmou Dias. A quebra só não será maior porque a área em produção irá crescer 9,15%, de 332 mil hectares para 360 mil/ha no Paraná, estado responsável por 9% do processamento no País.

Com menos cana e uma qualidade pior, o Paraná deverá ter uma redução de 10,1% na produção de álcool e de 5,1% na de açúcar na safra 2004/2005, que segue até novembro.

Segundo a Associação dos Produtores de Açúcar e Álcool do Paraná (Alcopar), as unidades irão 1,1 bilhão de litros de álcool e 1,77 milhão de toneladas de açúcar nesta safra, ante 1,224 bilhão de litros de álcool e 1,866 milhão de toneladas de açúcar, respectivamente, na safra 2003/2004. Cerca de 70% do açúcar paranaense é exportado, mas apenas 7,5% do álcool, cerca de 90 milhões de litros, foi enviado para o exterior na última safra, justamente por falta de um terminal para o escoamento no Porto de Paranaguá.

O governo paranaense já anunciou que estuda a construção de um terminal líquido em parceria com a Alcopar no custo de R$ 14 milhões. Mesmo sem o terminal, a Alcopar estima que o Estado deva exportar 200 milhões de litros de álcool nesta safra, um aumento de 122%.

Em São Paulo, o início do processamento da cana-de-açúcar nas usinas Vale do Rosário, em Morro Agudo (SP), e Jardest, em Jardinópolis (SP), a partir de hoje, marca o começo da produção de açúcar e de álcool na safra 2004/2005 no Estado, maior produtor nacional com 70% do total moído. A nova safra deverá ter uma mistura de produção igual para o álcool e açúcar, 50% para cada um.

Até agora, segundo a União da Agroindústria Canavieira de São Paulo (Unica), apenas a Destilaria Londra, de Piracicaba, já operava no Estado produzindo álcool. Para o presidente da Crystalsev e vice-presidente da Jardest, João Carlos Figueiredo Ferraz , as unidades com contratos para exportação de açúcar, como é o caso das duas usinas, devem iniciar a safra antes.

Com os preços do açúcar se recuperando no mercado externo e com a quebra nas safras de países como Índia e China, a produção do açúcar deve crescer no Estado, segundo Ferraz. Nesta safra o mix de produção deve ser dividido em 50% para o açúcar e 50% para o álcool, disse. Na safra 2003/2004, que foi mais alcooleira, o mix de produção ficou em 52,06% para o álcool e 47,94% para o açúcar em São Paulo.