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Nestlé estuda absorver produção do leite vendido à Parmalat

A Nestlé, principal comprador de leite do país, seguido da Parmalat, vai estudar a possibilidade de absorver parte da produção hoje destinada à companhia de origem italiana, que está em dificuldades financeiras.

O presidente da Nestlé no Brasil, Ivan Zurita, esteve reunido ontem com o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues, que fez um apelo à empresa suíça para que auxilie o governo a minimizar os impactos da crise da Parmalat junto aos produtores de leite.

Ao final do encontro, Zurita informou que a empresa fará “um estudo detalhado” sobre a hipótese de comprar mais leite. A Nestlé consome 8% da produção do país, ou 1,7 bilhão de litros, enquanto a Parmalat responde por 5% do total.

Zurita esclareceu que a Nestlé não está, neste momento, em condições de comprar leite além da sua capacidade porque o Brasil está no auge da safra. Mas em dois meses, quando começa a entressafra, é possível que a empresa possa assumir as compras da Parmalat. A capacidade de absorção, segundo ele, seria de 500 mil litros/dia.

A preocupação do ministro é manter a remuneração dos produtores que forneciam leite para a filial brasileira da Parmalat e manter as atividades de toda a cadeia produtiva, especialmente dos pequenos produtores.

Zurita enfatizou que a Nestlé não tem intenção de adquirir plantas da Parmalat porque as empresas trabalham com tecnologias diferentes. A companhia de origem suíça tem 26 fábricas no país, que devem receber US$ 150 milhões de investimentos este ano.