Mercado

Área de cana-de-açúcar e grãos cresce 5,2% em São Paulo e ocupa espaço das pastagens

Somada as áreas de cana e grãos chega-se a um total de 5,45 milhões de hectares plantados, enquanto na safra 2001/02 esses mesmos produtos ocupavam 5,18 milhões de hectares. Sozinha, a área da cana-de-açúcar deve somar 3,301 milhões de hectares no Estado, um aumento de 5,9% sobre a safra passada. Já a área de grãos deve registrar um acréscimo de 4,2%, para 2,151 milhões de hectares.

A expansão da agricultura paulista em áreas antes ocupadas com pastagens deve gerar um maior volume de trabalho nas regiões agrícolas do Estado, sobretudo nas áreas de cana-de-açúcar, cultura que necessita de uma grande quantidade de mão-de-obra”, afirma o secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Duarte Nogueira.

Além do aumento de área, Nogueira destaca a excepcional produtividade obtida nas duas safras (grãos e cana). “Parte do aumento obtido na produção pode ser atribuída ao maior rendimento das lavouras, que foram bastante favorecidas este ano pelas boas condições climáticas”, diz o secretário.

Somente a produção paulista de grãos, segundo o levantamento do IEA, deverá atingir 7 milhões de toneladas, uma elevação de 8,9% sobre o volume colhido na safra 2001/02, de 6,435 milhões de toneladas. “Será a maior safra de grãos dos últimos dez anos”, ressalta Nogueira.

Entre os grãos, destaque para o ótimo desempenho do milho safrinha e do trigo, que registraram um expressivo aumento de produtividade, da ordem de 46,7% e 30,7%, respectivamente.

A produção total de milho no Estado (safra de verão mais safrinha) deve alcançar 4,499 milhões de toneladas, com elevação de 10,27%. “Somente a safrinha de milho deve crescer 48,10%, para 1,047 milhão, o que beneficiará não só os produtores, mas também as cadeias de aves e suínos, principais consumidores”, afirmou o secretário. Com o aumento de oferta do grão no Estado, diz Nogueira, as granjas paulistas, que devem consumir quase 6,5 milhões de toneladas de milho este ano, irão diminuir sua dependência do grão colhido em outros estados produtores.

O aumento de produtividade do trigo, somado ao crescimento de 39,5% na área plantada com o grão, deverá garantir uma safra paulista de 110,79 mil toneladas, o que significará um acréscimo de 82,1% sobre o volume colhido na safra anterior.

A safra de soja deve atingir 1,664 milhão de toneladas, um acréscimo de 5,47% em relação ao volume colhido no ano passado, de 1,577 milhão de toneladas. A área plantada com o grão foi estimada em 627,3 mil hectares, 8,72% acima do ano passado.

A produção paulista de cana-de-açúcar foi estimada em 223,28 milhões de toneladas, o que representará um acréscimo de 5% sobre o volume da temporada passada, de 212,70 milhões de toneladas. A cana para indústria registrou um crescimento de produtividade de 2,4%, de acordo com o IEA, em comparação ao rendimento obtido no ano passado.

A cana é principal produto agrícola do Estado de São Paulo, respondendo em 2002 por 28,26% do valor da produção agropecuária paulista, de R$ 20,9 bilhões. No ano passado, as exportações paulistas de cana e álcool atingiram US$ 1,57 bilhão, o que significou uma participação de 68,7% dos embarques brasileiros. Já a produção paulista representou 68% de toda a cana moída no Brasil; 75% do açúcar produzido; e 61% da produção de álcool do país.

Laranja: a safra paulista de laranja deverá atingir 333,1 milhões de caixas de 40,8 quilos, uma queda de 7,9% em relação ao volume obtido no ano passado, de 361,74 milhões de caixas, segundo a nova estimativa do IEA. Segundo Nogueira, o principal motivo para a queda na produção foi a seca registrada nas principais regiões produtoras ao longo do segundo semestre do ano passado, além das altas temperaturas ocorridas no final do ano, que acabaram prejudicando a florada. A área cultivada da laranja registrou ligeira retração de 0,3%, para 658,98 mil hectares, em relação aos 661,29 mil hectares do ano passado.

Principal produtor e exportador mundial de suco de laranja, o Estado de São Paulo possui o maior parque citrícola do mundo, espalhado em mais da metade dos 645 municípios paulistas. No ranking do valor da produção agropecuária paulista, a laranja detém a terceira posição, atrás da cana-de-açúcar e da carne bovina. No ano passado, o suco de laranja foi um dos principais destaques da pauta de exportação do agronegócio de São Paulo, com vendas ao mercado internacional equivalentes a US$ 1,034 bilhão, o que representou 95,8% das vendas totais do país ao exterior e 21,1% acima dos US$ 854,22 milhões obtidos no ano anterior.

Café: a safra de café do Estado de São Paulo, segundo estimativa do IEA, deve atingir 2,85 milhões de sacas de 60 quilos, o que representará uma queda de 39% sobre a colheita obtida de 2002. A baixa é atribuída ao ciclo bianual da cultura (em um ano, as lavouras têm alta produtividade e no outro, apresentam redução no rendimento) e também ao clima desfavorável. A área plantada com café sofreu uma pequena redução de 0,4%, atingindo 249,33 mil hectares.

O Estado de São Paulo é o maior exportador de café verde do país — o porto de Santos responde sozinho por mais de 50% dos embarques brasileiros —, além de ser o principal mercado consumidor da bebida, absorvendo cerca de 40% do café industrializado. O Estado ocupa a terceira posição no ranking nacional de produção, atrás de Minas Gerais e Espírito Santo.

Banner Evento Mobile