Mercado

Clima seco acelera colheita de cana

O clima seco no Centro-Sul do país está favorecendo a colheita da cana-de-açúcar na região. Até o fim de julho, mais ou menos a metade da safra 2003/04, ou 145 milhões de toneladas, já tinha sido colhida, de acordo com levantamento realizado pela União da Agroindústria Canavieira do Estado de São Paulo (Unica).

Mesmo antecipada em pelo menos 15 dias, em razão do acordo fechado entre os empresários do setor e o governo federal para garantir o abastecimento de álcool, a colheita terminará só na primeira quinzena de novembro, por conta do maior volume de cana.

A expectativa da Unica é que a oferta da matéria-prima para a safra 2003/04 fique em 288 milhões de toneladas, 7% mais que no ano anterior. No mercado, as projeções são de que a oferta será maior, de até 300 milhões de toneladas. Os volumes processados serão suficientes para repor os estoques de açúcar e álcool no mercado doméstico e manter aquecidas as exportações de açúcar, conforme especialistas.

O bom ritmo da colheita tem dado giro aos negócios. Nos primeiros seis meses do ano, as receitas com as exportações totalizaram US$ 722,1 milhões, um aumento de 8% na comparação com o mesmo período de 2002. O mercado russo respondeu por quase 50% dos embarques, ratificando a posição de maior importador nos últimos anos.

A seca também colaborou para aumentar o teor de sacarose (quantidade de açúcar na cana) da matéria-prima em julho, ainda de acordo com a Unica. Mesmo assim, a expectativa preliminar da entidade é que a concentração de sacarose fique, em média, 1,3% menor que na temporada anterior, a 2002/03.

As usinas sucroalcooleiras já processaram, desde a segunda quinzena de abril, 6 bilhões de litros de álcool, um crescimento de 15% em relação ao ciclo anterior. Somente a produção do tipo anidro (usado na mistura com a gasolina) cresceu 30% no período. A oferta de açúcar totaliza 9 milhões de toneladas.

Banner Evento Mobile