Mercado

Produtores de álcool querem apoio do governo para exportar

Os produtores de álcool do Paraná querem o apoio institucional dos governos estadual e federal para abrir mercado nos países asiáticos. Só o Japão tem uma demanda de 1,8 bilhão de litros de álcool por ano e os usineiros paranaenses querem uma parte desse mercado. Para atender a demanda por álcool gerada na Ásia e Europa, os usineiros do Paraná querem dobrar a produção de álcool de 1,1 bilhão de litros para 2,2 bilhões de litros no período de cinco anos.

Esse assunto está sendo discutido hoje, durante encontro dos representantes da Associação de Produtores de Álcool e Açúçar do Paraná (Alcopar) com a ministra das Minas e Energia, Dilma Rousseff. O encontro está sendo intermediado pelo governador Roberto Requião (PMDB) que encampou a proposta dos usineiros. Se o Paraná fechar contratos de exportação poderá exportar já este ano cerca de 100 milhões de litros, volume excedente de álcool no Estado.

Se a abertura de novos mercados for concretizada, os usineiros planejam investimentos da ordem de R$ 1 bilhão só no setor agrícola. De acordo com Adriano da Silva Dias, superintendente da Alcopar, a área ocupada com produção de cana, da ordem de 300 mil hectares seria dobrada. A área industrial também planeja investimentos entre R$ 300 milhões a R$ 400 milhões para adaptação do parque industrial.

Os investimentos no setor agrícola irão gerar pelo menos 100 mil empregos no campo, assegurou Dias. Segundo ele, os usineiros não querem subsídios, apenas apoio institucional na negociação entre os governos, salientou. Outra proposta que será apresentada é a possibilidade de exportar gasolina já adicionada ao álcool, que é um produto renovável e não poluente. Dias disse que os usineiros estão apostando nessa proposta para atender os países que estão enfrentando problemas com a adição de produtos poluentes e cancerígenos à gasolina.

O cardápio de negociação com o governo federal inclui também a possibilidade de o governo do Estado vender a energia gerada pelas usinas de álcool, a partir do bagaço de cana. Segundo Dias, as usinas produzem a energia e não têm para quem vender. Requião se prontificou a intermediar a venda no pool que está sendo proposto pelo governo federal.

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