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Preço de insumo agrícola tem alta média de 50%

Os produtores rurais já estão pagando bem mais caro pelos insumos para a safra de verão. Se no ano passado conseguiram escapar da alta do dólar antecipando as compras, esse ano eles vão pegar todo o acumulado, o que representa um aumento, em média, de 50% nos principais produtos.

Apesar da queda do dólar, verificada nas últimas semanas, os custos dos adubos, sementes e herbicidas para a safra 2003/2004 estão bem mais altos do que na safra passada. Uma cesta de 16 insumos utilizados nas culturas de milho e soja – sementes, adubos, calcário e herbicidas – indica que os preços subiram 50,9% entre abril de 2002 e abril de 2003, de acordo com o levantamento realizado pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab).

A saca de 50 quilos de semente de soja fiscalizada subiu 44,18% de acordo com o Deral. Em abril do ano passado, a semente custava R$ 43,00 e este ano saltou para R$ 62,00. A saca de 20 quilos de milho híbrido, baixa tecnologia, subiu 16,32%, saltando de R$ 49,00 para R$ 57,00. O maior índice foi registrado para a saca de 50 quilos de semente de feijão fiscalizado: 52,33% e hoje custa R$ 163,00 contra os R$ 107,00 pagos em abril do ano passado.

A uréia sofreu a maior alta da temporada: 82%. Em abril de 2002 ela custava R$ 845,00 e em 2003, a tonelada não sai por menos de R$ 845,00. A tonelada do calcário dolomítico, outro fertilizante bastante usado nas lavouras do Estado, aumentou 27,27%.

As formulações NPK também registraram altas na casa dos 50%. No caso da 00-20-00, usada na cultura da soja, o aumento foi de 55,35%, saltando de R$ 439,00 para R$ 682,00. No caso da 02-30-10, usada nas lavouras de milho, o reajuste foi de 57,35% e a tonelada passou a custar R$ 738,00 contra os R$ 469,00 do ano passado. Na formulação 04-20-20, usada em hortaliças e feijão e na 20-05-20, usada nas fruticultura, o aumento chegou a 59,42% e 54,73%, respectivamente. E os aumentos não param por aí. Os herbicidas sofreram aumentos de até 40%, como foi o caso o Gramoxone 200 que de R$ 22,00 saltou para R$ 31,00 o litro.

Mesmo com todas essas altas, o Deral ainda mantém o otimismo em relação à safra 2004. “Não esperamos o recuo no investimento por parte dos produtores”, afirma Margoreth Demarchi, engenheira agrônoma do Departamento. “O agricultor está consciente de que vai ter que continuar investindo para manter os níveis de produtividade”, completa. A Secretaria de Agricultura ainda não calculou em quanto os novos preços dos insumos vai impactar no custo final de produção mas já sabe que não será pouco. “No ano passado o produtor conseguiu escapar das altas mas nesse ano ele vai sentir todo o impacto. Já sentiu no milho safrinha mas deverá perceber o baque forte na safra de verão”, comenta.

Janaína Ávila

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