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El Niño, um aliado da agricultura no Brasil

Classificado como um fenômeno climático que geralmente provoca conseqüências desastrosas, como enchentes e ondas insuportáveis de calor, o fenômeno El Niño – o aquecimento das águas do Oceano Pacífico – é esperado no verão de 2003 pelos meteorologistas brasileiros como um aliado para a agricultura. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) divulgou um prognóstico para a próxima estação, com início oficial no dia 21 de dezembro, com boas notícias no que diz respeito ao El Niño. “No contexto geral, esse fenômeno, que é tão desastroso para os países da América do Sul, será benéfico para o Brasil”, avaliou o diretor do Inmet, Augusto Athayde.

Para as regiões sul e sudeste, a previsão para o verão é de muita chuva, com efeitos positivos sobre a produção agrícola. De acordo com Athayde, cerca de 85 por cento da safra brasileira são produzidos em locais onde as precipitações devem acontecer um pouco acima da média registrada nas últimas décadas neste período.

Por outro lado, o verão trará para o nordeste e parte da região norte grandes períodos de estiagem, com muito sol e temperaturas elevadas – clima pouco favorável à agricultura, mas ideal para o turismo no litoral nordestino, que movimenta a região no verão. “O prejuízo não será grande, pois o nordeste é responsável por apenas nove por cento da produção nacional”, disse o diretor do Inmet. “Em compensação, a estiagem favorecerá outra atividade bastante lucrativa: o turismo”.

Pela previsão, as chuvas serão fortes, descontinuadas e concentradas, principalmente, no Rio de Janeiro e em São Paulo, mas deverão ocorrer também em todo o centro-oeste e Minas Gerais, com intervalos de sol por 7 a 15 dias. A temperatura será elevada, podendo chegar a mais de 40º em alguns dias.

Segundo Athayde, a enxurrada que aconteceu em Angra dos Reis, matando 39 pessoas e deixando centenas de desabrigados, poderá se repetir em diversas cidades até o final do verão, em março de 2003. Em algumas regiões, há até a possibilidade de granizo e ventanias. “O Inmet faz sempre um aviso à população para que ela fique atenta às previsões do tempo”, afirmou Athayde.(Revista Época)

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