Mercado

Guarani deve moer 16,2 mi de toneladas até hoje

Com rendimento agrícola médio até setembro, de 71 ton/ha, comparados a 103 tons/ha no mesmo período em 2010/11, somado aos desafios climáticos, a Guarani prevê uma moagem de 16,2 milhões de toneladas, com término nesta quarta, 16 de novembro, contra as 17,1 mi de toneladas previstas anteriormente. Nos primeiros seis meses dessa safra, esse número foi de 13,7 milhões de toneladas, 7,1% abaixo do primeiro semestre de 2010/11. A moagem de cana-de-açúcar alcançou 7,8 milhões de toneladas no segundo trimestre de 2011/12, 10,6% inferior em base anual. “Esse decréscimo é em linha à variação na recente revisão da UNICA para a safra 2011/12. Além disso, a menor quantidade plantada nos canaviais levará ao fim antecipado das atividades de moagem”, anuncia o Grupo Tereos.

Apesar do baixo teor de sacarose na cana-de-açúcar (-6,4% para 146 kg de ATR/ton), em base trimestral, o mix de produção da Guarani foi direcionado 63% para a produção de açúcar, contra 58% na safra anterior, devido à sua melhor rentabilidade comparada ao etanol no trimestre (27% acima do hidratado e 25% acima do anidro, em base trimestral e assumindo preços de mercado equivalentes).

A situação também não foi fácil em relação a fabricação de produtos finais, que segundo a empresa, foi fortemente impactada pelo menor rendimento agrícola e industrial (ATR), tanto em base trimestral quanto em base anual. A produção de açúcar alcançou 694 mil toneladas no segundo trimestre de 2011/12 e 1,1 milhão de toneladas no semestre, respectivamente, representando redução de 9,5% e 8,5% em relação aos mesmos períodos no ano anterior.

Produção

A Guarani produziu 252 mil m³ de etanol no segundo trimestre (25,8% abaixo do 2T 10/11) e 416 mil m³ no semestre (19,7% inferior ao 1S 10/11). Os preços do anidro continuam apresentando prêmio razoável sobre o do hidratado, levando a Guarani a continuar priorizando a produção do primeiro.

O anidro representou aproximadamente 38% da produção total de etanol no trimestre, acima dos 33% no ano anterior.

Estoques

Em 30 de setembro, os níveis de estoque do açúcar estavam relativamente estáveis, enquanto os do etanol foram reduzidos, refletindo a queda na produção.

Segundo a divulgação do Tereos, os estoques de açúcar totalizaram 521 mil toneladas, ou 1,3% acima do 2T de 2010/11, representando 46,9% da produção da safra e correspondendo ao valor contábil de R$ 372,7 milhões.

Os estoques de etanol alcançaram 229 mil m³, representando 54,9% da produção no trimestre (valor patrimonial de R$263,4 milhões), comparados a 257 mil m³ na safra anterior. Os níveis de estoque atuais estão consistentes com a estratégia do Guarani de suprir a demanda do mercado na entressafra, quando os preços tendem a ser mais altos, devido à oferta reduzida.

Receita

A Guarani registrou receita líquida de R$ 502 milhões no segundo trimestre de 2011/12, uma redução de 18,1% (R$111,1 milhões) em relação ao mesmo período de 2010, mas estável em relação ao trimestre anterior. “A queda em base anual reflete principalmente a forte redução no volume de vendas (-31,3% em toneladas de ATR vendido), parcialmente compensado pela alta nos preços do açúcar e etanol (+34,4%, em base de ATR vendido e antes do efeito do hedge)”, lembra a empresa em nota.

De acordo com ela, a redução de R$ 111,1 milhões na receita no trimestre é atribuída à redução de R$ 52,1 milhões nas receitas do açúcar; à redução de R$ 32,5 milhões nas receitas do etanol; à queda de R$ 26,5 milhões em outras receitas, representando uma queda de R$ 26,9 milhões em receitas de outros serviços prestados a fornecedores e vendas de outros produtos agrícolas e uma contribuição positiva

do aumento de R$ 0,4 milhão em vendas de energia.

A empresa informa ainda que as receitas do açúcar caíram 13,3% em base anual para R$ 340,3 milhões, enquanto os volumes de venda foram reduzidos em 23,5% (foi mantido maior foco nas exportações) e os preços aumentaram em média 13,3% para R$911/ton (desconsiderando o efeito do hedge, os preços teriam aumentado em 27,5%). “As operações de hedge no trimestre tiveram impacto negativo de R$ 50,9 milhões nas

receitas, comparado ao impacto negativo de R$8,6 milhões no segundo trimestre de 2010/11. As receitas do etanol seguiram a mesma tendência e caíram 22,1% em base anual para R$114,5 milhões. Os volumes de venda reduziram 44,9%, enquanto os preços declinaram 41,4% para uma média de R$1.162/m³”, diz.

O Grupo confirma que os preços do anidro mantiveram prêmios consistentes sobre o hidratado. No segundo trimestre de 2011/12, o prêmio médio foi de 19,4%. “Outras receitas totalizaram R$ 47,1 milhões no segundo trimestre de 2011/12, dos quais R$ 14,1 milhões representados por receitas de energia, cujos volumes caíram 6,8% para 106 GWh, refletindo a queda na moagem de cana-de-açúcar e a consequente menor disponibilidade de bagaço”, sinaliza.

Mas por outro lado, a empresa diz que os preços de energia aumentaram 10,3% no trimestre para R$134/MWh, refletindo as vendas da Andrade no leilão de 2008. “As vendas de cana-de-açúcar e fertilizantes, e serviços prestados a fornecedores representaram os restantes R$33,0 milhões, contra R$ 59,9 milhões no segundo trimestre de 2010/11”, lembra.