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Roçadinho de AL avança na colheita mecanizada

Há cerca de quatro anos, a Usina Roçadinho, de Alagoas, vem aumentando seu percentual de colheita mecanizada crua e se tornou a pioneira e única no Estado a adotar a técnica com espaçamento de 1,5 m e a primeira a ter 10 máquinas. A meta pra 2011 é atingir os 55% ou até avançar para 60% de sua área com a mecanização, com as dez colhedoras que a unidade possui.

Segundo o gerente agrícola, Antonio Inácio de Melo, no começo foram adquiridas três colhedoras, depois mais algumas nas safras seguintes até chegar à marca de 10 unidades. Foram investidos por conjunto de colheita mecanizada (colhedora, tratores e transbordo), cerca de R$ 1,3 milhão.

A área plana de tabuleiro costeiro na região Centro-Sul do Estado, onde está localizada a Roçadinho, ajuda na decisão. “Além dos benefícios ambientais da colheita mecanizada, também percebemos que em breve será exigido que não se queime mais cana. Ainda há a questão de que o governo nos acusa de sacrificar o trabalhador com o corte manual, então por tudo isso, resolvemos mudar gradativamente. Na colhedora, o funcionário trabalha com ar condicionado, conforto, tem turno de 8 horas, não pega sol e nem poeira e ainda pode ouvir música. É melhor do que muito carro de luxo”, diz.

Inácio explica que existem diversas vantagens na colheita mecanizada crua, como a redução de emissão de poluentes pela falta da queima, e também a cobertura de solo por matéria orgânica que evita a evaporação, a palha deixada protege o solo, há economia com uso de potássio e a preservação da vida dos animais, que fogem ao perceberem a presença da máquina. “No estado outras unidades também adotaram a técnica mas a Roçadinho foi ousada pois é a única que manteve o espaçamento semelhante ao de São Paulo, de 1,5 m que evita o pisoteio. As outras tiveram receio de adotar esse espaçamento pois a tradição da região é manter o de 1,10 m. Na época da adoção uma equipe de 30 pessoas foi para São Paulo para aprender sobre a mecanização. Visitamos ainda diversas usinas e sei que hoje parte do que somos, devemos à São Paulo”, ressalta ele.