A possível extinção da Secretaria de Produção e Agroenergia, do Ministério da Agricultura, responsável pela cana de açúcar e pelo café, pode prejudicar o segmento sucroenergético. Essa é a avaliação da União Nordestina dos Produtores de Cana (Unida), que afirma que a iniciativa desprestigia o segundo maior exportador nacional de produtos agropecuários, bem como vai em direção contrária à política de incentivo à produção da matéria-prima do etanol.
No ano passado, segundo informações da Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio, foram exportados cerca de R$ 13,7 bilhões em itens do complexo sucroenergético. De acordo com o presidente da Unida, Alexandre Andrade, os produtos oriundos da cana só ficam atrás dos derivados da soja. “A cana é responsável por 18% da participação financeira dos produtos agrícola e pecuária exportados no Brasil”, diz.
O líder não entende o motivo de extinguir uma secretaria que administra tão bem a produção da cultura no País.
Outro ponto de questionamento do setor sobre a possível extinção da Secretaria está relacionado à política nacional de incentivo da cultura da cana que é responsável pela produção de etanol. “O governo federal implementou várias políticas públicas para estimular e ampliar a produção do biocombustível, portanto, acredito que todas as ações do governo, deveriam caminhar na mesma direção”, defende.
A preocupação dos representantes do setor sucroenergético com relação à extinção da Secretaria de Produção e Agroenergia começou a partir da declaração do próprio ministro do Mapa, Mendes Ribeiro, à imprensa. “Ele, que após assumir recentemente a pasta, revelou que planeja realizar uma grande mudança na estrutura do Ministério. “Tememos que esta reformulação atrapalhe o desenvolvimento atual e de futuro do segmento da cana de açúcar no Brasil”, conta.