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Pirólise pode ser empregada para transformar biomassa em bio-óleo

A pirólise é o processo de se obter bio-óleo para geração de energia, a partir da biomassa que é submetida a altas temperaturas em um ambiente isolado. Nesse procedimento, o material básico é termicamente decomposto por aquecimento rápido até 500°C sem oxigênio e, além do produto principal, o bio-óleo, obtém-se também carvão vegetal, água ácida e gases quentes. Assim pode ser descrito, de maneira simplificada, o que é o processo de pirólise.

Há um mercado em potencial para os produtos dessa termo-conversão, de acordo com Juan Miguel Mesa Pérez, engenheiro químico, doutor em sistema de termo-conversão de biomassa vegetal pela Faculdade de Engenharia Agrícola (Feagri) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e diretor técnico da Bioware Tecnologia, criada pela incubadora de empresas da Unicamp, em 2002, que possui a patente da Planta de Pirólise Rápida (PPR) e trabalha com essa transformação da biomassa em bio-óleo e nos demais produtos.

“Nós não temos, efetivamente, negócios que gerem lucro com biomassa. Entretanto, o valor da biomassa tende a crescer”, afirma Juan Pérez, levando em conta as matrizes de energia do Brasil e do Mundo. “A margem de lucro, muitas vezes, não justifica a substituição por outra tecnologia”, justifica. Para ele, não se deve ter em mente, primeiro, a biomassa e depois a tecnologia e o mercado.“É preciso pensar antes no mercado e depois na biomassa e nas tecnologias disponíveis e a serem implementada”, antevê.

Juan Miguel Mesa Pérez diz que devem ser avaliados alguns critérios sobre o potencial da biomassa na criação e geração de negócios, que são eles: as propriedades físico-químicas, a energia útil disponível, o custo da tonelada de matéria orgânica seca e os resíduos sólidos e gasosos. Pérez critica ainda o hábito nacional de exportar tecnologias estrangeiras, ao invés de investir no desenvolvimento tecnológico brasileiro, citando como exemplo a indústria de fertilizantes: “o Brasil não está preparado para desenvolver a indústria de fertilizantes, por isso, importa boa parte do que utiliza”, conclui.