Apesar da chuva irregular acumulada acima da média este ano no Nordeste, que já concentra até julho 2300 mm, contra uma média de 1800 no ano, a Destilaria Tabu, de Caapora (PB), tem boas perspectivas para a safra atual que iniciou na semana passada, dia 8/8. Essa é a opinião do gerente agrícola da unidade, Luciano Jorge Moreira Alves da Silva Filho.
Segundo ele, a empresa espera moer nessa safra entre 600 a 620 mil toneladas, contra cerca de 565 mil toneladas de 2010. “Até setembro há previsão de chuvas acima da média, mas de forma geral a qualidade da cana está muito boa. No ano passado choveu cerca de 1200 mm durante o ano e prejudicou nosso canavial, este ano a chuva atípica adiou um pouco a moagem e destruiu pontes, estradas, mas a cana não foi afetada”, explica.
Em 2010, a empresa produziu cerca de 47 milhões de litros e no ciclo atual deve produzir, cerca de 52 milhões de litros.
Uma das consequencias das chuvas foi o atraso do plantio de inverno, que era para terminar em julho e vai se estender até agosto. “Provocou um atraso de 15 dias no início de moagem e no plantio”, lembra.
Em 2010, de acordo com Silva Filho, o rendimento agrícola era de 61 toneladas por ha e este ano, deverá ser de 68 a 70 toneladas por ha.
“No geral, a safra deverá ser boa para todo o Nordeste e se vir algum desastre climático, a cana já está formada e a qualidade da matéria-prima está bem melhor do que de 2010”, ressalta.
Corrida pela cana
A disputa na região por matéria-prima está grande, devido o bom momento do açúcar, o que dificulta a compra da cana por parte de usinas independentes devido os altos preços, segundo o gerente. “Essa disputa é complicada, por isso a unidade está investindo em aumento de área plantada e na irrigação. A área propria deverá passar de 7 mil ha para 9 mil ha”, finaliza.