A agave, utilizada para fazer tequila, pode ser transformada em etanol com uma série de vantagens em relação à cana-de-açúcar e do milho, como a viabilidade para ser plantada em regiões semiáridas, não adequadas ao cultivo de alimentos. Essa é a conclusão de pesquisadores das universidades de Oxford, no Reino Unido, e de Sydney, na Austrália.
Em um estudo publicado na revista Energy and Environmental Science, pesquisadores britânicos e australianos descobriram que o cultivo da agave apresenta uma série de vantagens em relação à produção de etanol a partir do milho e da cana-de açúcar. Essa análise, plantada na Austrália, foi a primeira no mundo desenvolvida com agave como matéria-prima do bioetanol. Foram estudados o processo de cultivo da planta, a remoção de ervas daninhas, a colheita do material e sua transformação em álcool anidro e hidratado.
Segundo os pesquisadores, produto a partir de agave ainda é mais poluente do que o derivado da cana-de-açúcar, que libera 20g/MJ de dióxido de carbono na sua produção, enquanto o etanol de agave mostra que a liberação de dióxido de carbono para o ambiente (calculado na proporção de 35 gramas para cada megajoule produzido) é menor do que ao fabricar etanol a partir do milho, cuja emissão é de 85g/MJ e da queima do petróleo para ser transformado em gasolina, que é de 100g/MJ.