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Brasil necessitará de 70 bi de litros de etanol em 2020

Durante um evento realizado na semana passada na capital paraibana, José Geraldo Eugênio, da Embrapa Milho e Sorgo de Minas Gerais, alertou que o Brasil precisará produzir 70 bilhões de litros de etanol em 2020 para poder atender plenamente a demanda nacional do produto.

Segundo o especialista, o melhor caminho para atender essa demana será a diversificação da matéria-prima utilizada na produção do biocombustível. “Não há mais muitas áreas para ampliar o cultivo da cana de açúcar e, neste contexto, o plantio do sorgo sacarino, que também serve para produção do etanol, é uma opção complementar e bastante viável”, diz.

Ele explica que o sorgo amplia a entressafra da cana, é cultivado em áreas de renovação, se adapta muito bem ao clima e solo do país e não exige mudanças nas unidades industriais para processá-la.

Segundo a Asplan, promotora do evento, este argumento animou os produtores canavieiros paraibanos, os representantes das unidades industriais do Estado e dirigentes de órgão estaduais ligados ao agronegócio, a exemplo do presidente da Empresa Paraibana de Pesquisa Agropecuária (Emepa), Manoel Duré, e de Erasmo Lucena, representante da Emater.

Geraldo Eugênio ressalta que a produção de etanol no país já não atende a demanda do mercado interno, por isso, recentemente, o país teve que importar o produto dos EUA e a tendência é que essa situação se agrave caso não se busque outras alternativas de produção. “O etanol de segunda geração é uma realidade e o sorgo sacarino é ideal para fabricação deste produto, pois a planta não precisará de novas áreas para ser cultivada, já que ela será plantada em áreas de renovação, diminuindo, inclusive, o período da entressafra. Ele tem um ciclo muito reduzido, de apenas 120 dias, e não exige mudanças ou adequações nos parques industriais já que nossas indústrias já trabalham com o processamento de sacarose”, afirma o especialista.

Para ele, é preciso decisão política, interesse dos produtores, investimento em pesquisa para produção de sementes e, sobretudo, visão de futuro para que se comece a produzir o sorgo sacarino em larga escala e o Nordeste, a exemplo do sul do país que já começou a investir nesta cultura, não pode perder essa oportunidade.

O especialita estima que em cerca de um ano essa tendência deverá se tornar realidade na região Nordeste.

De acordo com Manoel Duré, da Emepa, a entidade vai intensificar esse processo de introdução do sorgo sacarino no Estado. “Já temos em Aparecida e Alagoinha experimentos com sorgo sacarino e estamos à disposição para contribuir e nos engajarmos nesse projeto de produção do sorgo sacarino para melhorar a produtividade em nosso Estado”.