A massa de ar frio que atingiu o Sul e Centro-Sul continuou neste último final de semana e a cana dessas regiões poderão sofrer danos, já que a temperatura permanece baixa, com mínima de 5ºC, acompanhadas de chuvas e rajadas de ventos em alguns locais. Esse efeito atingiu o norte e nordeste do Rio Grande do Sul, áreas isoladas de Santa Catarina, sul e oeste do Paraná e o extremo oeste do Mato Grosso do Sul e pode acelerar a queima e a degradação da matéria-prima no campo.
Por conta das geadas e chuvas dos últimos dias, a previsão de safra do Mato Grosso do Sul precisou ser revista. Segundo a Biosul, a expectativa da moagem da cana no Estado, que em abril era de 40,8 milhões de toneladas, passou para 36,8 milhões, uma redução de 9,8%.
A nova projeção da Unica aponta para uma moagem de 533,50 milhões de toneladas, ou uma redução de 6,16% em relação ao total estimado em março de 2011 (568,50 milhões de toneladas), e queda de 4,21% sobre o valor final da safra 2010/2011 (556,94 milhões de toneladas). Entre os fatores decisivos para essa revisão estão as geadas que atingiram Estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul e Paraná.
Segundo a Unica, a geada comprometeu a disponibilidade de cana para moagem em várias unidades produtoras.
De acordo com o agrometereologista da Somar, Marco Antonio dos Santos, com a queima das folhas causada por geadas ou baixas temperaturas, a planta não faz mais fotossínteses e não cresce, não produz mais açúcar por isso deve-se antecipar a colheita. “Quando ocorrem temperaturas abaixo de -1° C, apesar de existir variedades que suportam até -4° C, é queimada a gema apical, parte da planta que está localizada no topo e específica para crescimento onde estão localizadas os hormônios. Com a queima da gema apical o crescimento da planta pára”, afirma.