A cultura canavieira foi uma das beneficiadas pela linha especial de crédito do novo Plano Agrícola e Pecuário 2011/2012, lançado hoje (17/6), em Ribeirão Preto (SP) pela presidente Dilma Roussef. O evento reuniu na capital do agronegócio, diversas lideranças políticas e produtores de cana do país.
Para manter a oferta de etanol no país em detrimento à crescente demanda dos veículos flex dos últimos anos, o governo resolveu incentivar a produção através de uma linha especial crédito de até R$ 1 milhão por produtor para a renovação e ampliação das áreas cultivadas com cana-de-açúcar.
A linha fará parte do programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC), cuja taxa de 5,5% ao ano é inferior aos 6,75% cobrados no crédito rural oficial. As ações do ABC têm prazo de 12 anos para pagamento. Criado em 2010, o ABC visa a reduzir a emissão de até 163 milhões de toneladas de CO2 equivalente na atmosfera.
Segundo Roberto Cestari, diretor presidente da Associação dos Fornecedores de Cana da Região de Orindiúva e vice-presidente da Coplana, a presidente Dilma foi muito feliz em lançar o Plano Safra com grandes inovações principalmente por valorizar toda cadeia produtiva do agronegócio brasileiro. “Essas medidas fortalecem os produtores porque existem dificuldades quanto acesso à linhas de créditos compatíveis a sua atividade. Mundialmente a agricultura tem grandes privilégios e nossa agricultura nunca teve esses privilégios. Hoje assistimos da presidente um grande avanço dentro da cadeia econômica do agronegócio brasileiro, todos têm a ganhar desde o produtor à sociedade, e contempla o que ela estima muito, a fome zero e miséria zero”, ressalta.
De acordo com Cestari, a queda na produção na região de Orindiúva é relevante em função de problemas climáticos e canaviais velhos, já que os produtores não estão conseguindo uma rentabilidade adequada para que renovem esses canaviais.
Sobre o Plano Safra
O Plano oferece recursos de R$ 107,2 bilhões e traz mais sete objetivos traçados pelo governo entre eles, aumentar a produção de grãos de 161,5 milhões para 169,5 milhões de toneladas, um crescimento de 5% em relação à safra 2010/2011; estimular o desenvolvimento sustentável da agropecuária, com linhas especiais, incluídas no Programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC), para atividades que reduzam a emissão de gases de efeito estufa; incentivar a recuperação de pastagens, numa área de aproximadamente 1,5 milhão de hectares, e a renovação do rebanho, aumentando a produtividade e a oferta de carne bovina; garantir apoio à comercialização para os produtores de laranja, equilibrando os preços.
Os últimos objetivos apresentados são: garantir quantidade adequada de recursos do Sistema Nacional de Crédito Rural (SNCR), principalmente aqueles com taxas controladas; reforçar o apoio ao médio produtor rural, com o aumento de 48,2% dos recursos do Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp), que agora terá R$ 8,3 bilhões e, por último, dar continuidade ao aperfeiçoamento dos programas específicos de investimentos.