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Setor sucroenergético e agronegócio em geral consomem 12% da produção nacional de cal

O consumo de cal pelo setor sucroenergético, somado ao da produção de rações e fertilizantes e ao de outras áreas do agronegócio, representa cerca de 12% de toda a produção nacional. A informação é da Associação Brasileira dos Produtores de Cal, que explica que no setor sucroalcooleiro, o uso da cal é feito desde o momento do plantio até o refino do açúcar e a produção de álcool combustível.

Segundo ela, a utilização da cal nas atividades agrícolas ajuda a aumentar a produtividade das colheitas, pois corrige a acidez do solo; melhora a sua porosidade e permeabilidade; e ainda tem ação nutriente, favorecendo a ação da matéria orgânica adicionada ao solo para adubação e nutrição.

A entidade afirma que no momento do replantio é verificada, por meio de amostras, a acidez do solo. Se for verificado um pH menor que 5,5 (solo ácido), com teores insuficientes de cálcio e excesso de alumínio ou manganês, como se verifica na maior parte do País, é feita a aplicação da cal para uso agrícola para corrigir o problema. “Isso favorece a disponibilidade de nutrientes e a atividade de micro-organismos no solo e também permitirá que a adubação seja plenamente aproveitada pela planta”, lembra.

Para os produtores, com o aumento dos insumos e preços altos de fertilizantes, a aplicação da cal para uso agrícola faz com que se reduzam também as perdas financeiras, aumentando a produtividade da lavoura, enfatiza a Associação.

Depois da colheita, a cana-de-açúcar vai para moagem, onde é lavada, picada e desfiada, e, depois, repetidamente, misturada com água e comprimida por rolos. O suco coletado (garapa) contém até 15% de sacarose, enquanto os sólidos fibrosos remanescentes (bagaço) são uma fonte útil de energia, servindo também de alimento para animais e fabricação de papel. “Nesta etapa, a adição de cal neutraliza o pH do suco da cana-de-açúcar. Isso interrompe a quebra da sacarose em glicose e frutose e precipita algumas impurezas”, diz a entidade.

Selo

Acompanhando uma tendência mundial e o comprometimento com as boas práticas socioambientais, em dezembro de 2009, a Associação Brasileira dos Produtores de Cal (ABPC) lançou um programa de qualificação para suas associadas: o Selo ABPC de Responsabilidade Socioambiental que visa qualificar empresas produtoras de cal com base em suas práticas de produção e gestão.

Auditadas pelo Instituto Totum, organismo certificador acreditado no Inmetro, as empresas precisam comprovar seu alinhamento com as boas práticas de fabricação para obtenção do certificado, o que é feito por meio de indicadores de desempenho nas áreas de qualidade, meio ambiente, saúde e segurança, ética e responsabilidade social.

O programa, de adesão voluntária, estimula a promoção de uma postura ética e sustentável, de respeito aos trabalhadores, consumidores e ao meio ambiente.

Desde 1998 a ABPC também monitora a cal industrial, em parceria com a União Européia e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, visando controlar o produto destinado à produção de ração animal.

Com mais de 50 anos, a Associação Brasileira dos Produtores de Cal reúne as principais empresas do setor, e tem como missão difundir o uso da cal para os mais diversos setores e também zelar pelas melhores práticas na produção da cal.

De toda a produção de cal (virgem e hidratada) no País, os associados da ABPC são responsáveis por mais da metade das 7,4 milhões de toneladas geradas anualmente (dados de 2008), sendo que a produção industrial siderúrgica absorve 34% de todo o produto, seguida pela construção civil com 31%. A entidade promove pesquisas científicas e tecnológicas, de modo a manter atuais e ambientalmente seguros os processos de fabricação do produto.