Para sensibilizar produtores sobre a importância da preparação e conservação do solo, pesquisadores do Instituto Agronômico (IAC), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, promovem gratuitamente o III Seminário sobre Conservação de Solo e Proteção de Recursos Ambientais, nos dias 14 e 15 de abril, das 8h30 às 16h30, na Sede do IAC, em Campinas.
De acordo com o pesquisador do IAC, Afonso Peche Filho, as vantagens vão desde uma melhor produtividade da cultura, menor uso de fertilizantes e diminuição da aplicação de defensivos agrícolas até a diminuição de acidentes de trabalho.
Segundo ele, o uso de fertilizantes diminui à medida que o solo já está previamente condicionado, evitando que haja a necessidade de muitas aplicações de produtos para melhorar o desempenho da cultura.
Plantas mais saudáveis e menos estressadas não são tão suscetíveis a doenças, diminuindo assim o uso de defensivos. É economia para o produtor e menor impacto para o ambiente.
Acidentes de trabalho também são evitados, isso porque o terreno fica adequado para a utilização de máquinas. “É como dirigir em uma estrada. Se ela está bem sinalizada e com bom asfalto o risco de acidentes é menor”, exemplifica o pesquisador do IAC e um dos palestrantes do Seminário.
O especialista explica ainda que as chuvas sempre vão existir, mas é necessário preparar o solo para os períodos de chuvas intensos e evitar que ocorra a erosão.
Existem quatro tipos de práticas conservacionistas, são elas: sistematização, infiltração, drenagem superficial e bioengenharia. O mini-curso “Tecnologias para mecanização de práticas conservacionistas”, ministrado por Peche, tem o objetivo de levar informações sobre todas essas práticas aos agricultores, a finalidade é sensibilizá-los sobre o preparo do solo de maneira adequada e a importância de buscar auxílio para melhorar sua propriedade. O pesquisador mostrará técnicas e elementos para avaliar a qualidade das tecnologias empregadas.
A prática de sistematização faz esclarecimentos sobre todos os problemas encontrados no solo, decorrentes de estradas velhas, por exemplo, e elimina-os. Depois de avaliar, é necessário tornar o solo apto para enfrentar os períodos de chuva. Conduzir a água da chuva para o rio com menos força é o objetivo da drenagem superficial para evitar o processo erosivo pelo escoamento. “Construímos canais de coadores dissipadores. É como se fizéssemos uma calha para que a água desça devagar sem levar partículas de areia e argila”, diz Peche. Ele explica que é necessário que o solo esteja sempre coberto para não ficar exposto à ação das chuvas e ventos. “Por isso, a última técnica é usada, a de bioengenharia, para dar cobertura ao solo.”
Não há acréscimo nos custos agrícolas para a utilização das práticas conservacionistas, o produtor investe o mesmo que está acostumado para começar a cultivar. “O problema é que muitas vezes o agricultor não tem informação de que fazer a preparação do solo é algo básico para praticar uma boa agricultura. A cada ano, grande parte dos agricultores deixa de fazer a conservação e expõe suas terras a altos níveis de degradação e erosão. Os agricultores parecem querer plantar cada vez mais e se esquecem que a natureza é fatal”, avalia Peche.