Apesar da afirmação do presidente da Câmara, Marco Maia, de que o novo texto do Código Florestal deverá ser votado ainda no mês de abril, há quem acredite que o documento poderá perder seu prazo de validação. É o caso do engenheiro agrônomo, Ciro Siqueira, Geomensor, M.Sc. em Economia Ambiental e pós-graduado em Geoprocessamento.
Segundo ele, o novo documento deverá ser “engavetado”, e a data para o início das autuações de 11 de junho, deverá ser adiada por mais seis meses ou um ano, até o governo tentar encontrar uma solução. “Não é o que eu gostaria que aconteça mas que aproveitassem essa mobilização para buscar uma lei melhor”, lembra.
Para o especialista que estuda o código há anos, a leitura do deputado Aldo Rebelo é igual a anterior, que está em vigência. “O que foi bom é que o Aldo como um político, conseguiu dar vida nesse debate até que as pessoas iniciassem as discussões e saíssem da zona de conforto como foi o caso dos ambientalistas. O movimento ambiental estava sentado esperando a polícia cobrar o cumprimento da lei, agora está se movimentando”, afirma.
Segundo Siqueira, já há um consenso entre produtores mais radicais da própria Amazônia, que acreditam que suas áreas agrícolas de hoje são suficientes para viverem bem, sem ter que desmatar. “Não é difícil chegar num consenso, o problema do produtor não é que ele não gosta de meio ambiente, ele apenas não pode pagar pelo meio ambiente. Se os ambientalistas não arrumarem quem pague, os produtores terão que se mobilizar. Se for aprovado o relatório do Aldo, os pequenos terão uma sobrevida, mas um dia a bomba relógio vai estourar lá na frente e enquanto isso, o meio ambiente vai perder”, diz.
O agrônomo acredita que a solução seria o governo federal “assumir as Florestas” para dar fôlego aos produtores, que segundo ele, não têm culpa dos crimes do passado.
Divergências
O deputado Aldo Rebelo defende a anistia das multas para os desmatadores. “É preciso, em vez de aplicar punições aos produtores, promover cursos de capacitação técnica”, afirma.
A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, já defende a punição e afirma que não cabe anistia a quem cometeu crime ambiental e desrespeitou a lei.