O economista, Antonio Barros de Castro, ex-presidente do BNDES, disse hoje em entrevista à Folha de são Paulo, que o Brasil precisa aproveitar o momento para desenvolver produtos originais, como plástico de etanol e aços especiais usados na exploração de petróleo e não apenas pensar em exportar matéria-prima. Outro ponto defendido na entrevista é que o Brasil precisa se reestruturar para conseguir competitividade em um mundo totalmente influenciado pela economia chinesa.
De acordo com o especialista, nos anos 90 e no início deste século, a indústria brasileira se preparou para competir com os produtos norte-americanos e europeus, com bons resultados mas isso durou pouco tempo. Segundo ele, as exportações de produtos primários passaram de 30% do total em 2004 para 44% em 2010, e as de manufaturas caíram de 57% para 43%. “Isso ocorreu porque a competição deixou de ser com EUA e Europa e passou a ser com o sistema comandado pela China”, diz na entrevista.
Por isso, na sua opinião, um país como o Brasil, que no novo contexto tem vantagens máximas no setor primário e mínimas no industrial, tem que se reinventar. “Mesmo se o câmbio e o custo Brasil forem neutros, boa parte da indústria brasileira não é competitiva porque o sistema industrial chinês é mais eficiente”, explica ao jornal.