Uma pesquisa realizada pela Fermentec a pedido da Equilíbrio comprovou o ganho produtivo com a utilização da Peneira Rotativa à Pressão (P.R.P), equipamento do processo de produção do etanol.
Segundo a Equilíbrio, o produto é construído para contribuir com a redução da quantidade de impurezas do caldo misto aumentando a produtividade da planta. No processo, a P.R.P é instalada após a peneira rotativa de caldo misto que faz o primeiro peneiramento, o segundo peneiramento é feito pela peneira à pressão que realiza o refinamento dos sólidos retidos antes do caldo seguir para o decantador e/ou dornas.
A pesquisa liderada pela Fermetec aconteceu na destilaria Rio do Cachimbo (MG) que opera com uma peneira rotativa de caldo misto de abertura 0,3mm e com uma P.R.P que apresenta uma abertura de 0,15mm ou aproximadamente 100 mesh.
Foram feitas análises de coleta de caldo para verificação de pH, impurezas e plaqueamento antes e após a instalação da P.R.P com eficiência na retenção de impurezas de aproximadamente 60%. Os resíduos sólidos retidos foram, basicamente, areia, terra e bagaçilhos.
Na etapa de verificação de impurezas, foi constatada uma redução de 2,52% para 1,04% que permitiu ganhos no setor de peneiramento e diminuição do retorno de caldo para as moendas. De acordo com a Equilíbrio, os números são representativos, sobretudo porque hoje não existe no mercado equipamento semelhante capaz de retirar essa mesma quantidade de sólidos nesta etapa do processo.
Já na coleta de mosto, a redução de impurezas contribuiu com o processo de fermentação nas dornas que passaram a trabalhar com um menor volume de fermento, possibilitando redução de custos para a usina com levedura que passa a ser reutilizada mais vezes. A análise mostrou ainda que, com o mesmo volume de levedo tratado se consegue mais levedura e menos impurezas, conseqüentemente o volume pé/vinho pode ser menor. Este menor volume pé/vinho acaba apresentando a mesma quantidade de levedura, pois está com menos impurezas e maior quantidade de levedura viva.
Outra verificação do desempenho da P.R.P foi feita na usina Coprodia, localizada em Campo novo do Parecis (MT), que também conta com o equipamento instalado. Por meio de um levantamento laboratorial foi constatada uma diminuição importante na quantidade de impurezas no mosto que influenciou na redução da manutenção dos trocadores de calor, permitindo uma economia significativa, segundo Jean Claude Neves, gerente industrial da usina. “A revisão de um trocador leva, em média, 10 horas o que implica em um custo muito alto para a usina que fica parada neste tempo. Com a P.R.P operando, a manutenção do equipamento passou a ser feita de 20 em 20 dias, antes isso acontecia a cada oito dias”.
Análise centrífuga de vinho
A análise centrífuga de vinho realizado na destilaria Rio do Cachimbo identificou que, a menor quantidade de impurezas no vinho permitiu a redução na freqüência de limpeza nas bandejas das colunas de destilação, minimizando entupimentos e reduzindo o uso de soda.
Os estudos ainda evidenciaram outro ponto relevante. Antes do uso da P.R.P, era necessário trabalhar com bicos de centrífuga de 1,4mm, após a instalação o tamanho dos bicos foram reduzidos para 1,2mm que ocasionou menor freqüência de limpeza das centrífugas, passando de uma vez ao turno ( a cada 8h) para uma vez ao dia ( a cada 24h). Além disso, os bicos, antes trocados semanalmente, com a peneira à pressão necessitam de troca apenas a cada três semanas.
Outra constatação encontrada com a instalação da P.R.P foi na usina Nova Era (SP). Segundo Marco Antônio Valério, gerente industrial, houve um aumento acentuado de eficiência na pré-fermentação. “Com o vinho sem bagaçilho, as separadoras de fermento são lavadas apenas uma vez ao dia, enquanto no passado, tínhamos que lavar três vezes, causando entupimento e perda de levedura”, explicou.
Para o mesmo parâmetro, as médias seguidas de letras diferentes apresentam diferença estatística significativa. As médias seguidas de letras iguais não apresentam diferença estatística significativa para α = 0,1.