O Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE/MCT), em Campinas (SP) firmou este mês um acordo de cooperação científica com o consórcio chileno Bioenercel SA para o desenvolvimento conjunto da tecnologia de etanol celulósico. Este é o primeiro acordo de colaboração entre países da América do Sul firmado nesta área.
O CTBE tem como foco da pesquisa a conversão do bagaço e a palha da cana em biocombustível e o Chile, na madeira. O CTBE vai transferir ao grupo parceiro os conhecimentos adquiridos na implantação da sua Planta Piloto para Desenvolvimento de Processos (PPDP), que estará concluída em meados de 2011.
O objetivo é contribuir para a otimização de processos e criação da indústria de etanol no Chile. Em 2011, os chilenos construirão sua primeira planta piloto para escalonamento de processos relacionados à produção de etanol de segunda geração. O trabalho conjunto com o CTBE serve para validar o parque de equipamentos das plantas de ambos os países.
A infraestrutura de pesquisa do CTBE destinada à produção de enzimas que degradam o material lignocelulósico também será disponibilizada ao Bioenercel. O Laboratório brasileiro produzirá preparados enzimáticos celulolíticos caracterizados de acordo com as Unidades Internacionais estabelecidas para uso em pesquisas sobre etanol de segunda geração (celulósico) no Chile. Uma etapa vital à viabilidade econômica desta tecnologia é produzir enzimas eficientes que para converter a celulose da madeira ou da cana em açúcares que possam ser fermentados e transformados em etanol.
O acordo assinado engloba, ainda, a elaboração de melhorias na Biorrefinaria Virtual de Cana-de-açúcar, em desenvolvimento no CTBE. Essa plataforma de simulação computacional de processos possibilita avaliar os impac tos ambientais, econômicos e sociais de novas tecnologias na área de cana e etanol. Quando concluída, a Biorrefinaria Virtual deverá contribuir para que empresas, governos e instituições de pesquisa do Brasil e demais países envolvidos no Programa definam prioridades de estudo, avaliem o sucesso de projetos e planejem o investimento em novas tecnologias no setor. (Fonte:ABN)