Ao longo do mês de Setembro, os preços do açúcar, no mercado interno do estado de São Paulo, apresentaram expressivas altas. Em termos nominais, o preço médio do produto — base Indicador Esalq/BM&F – esteve 3,8% superior ao mesmo período do ano passado. Em termos reais, no entanto, o preço do açúcar em setembro esteve cerca de 8% inferior ao de setembro de 2001. Em relação a janeiro deste ano, período de entressafra no Centro-Sul do país, a média mensal de setembro foi 4,6% inferior em termos nominais, e aproximadamente 15% menor em termos reais. Ao contrário do ano passado, os preços neste ano vêm apresentando um crescimento significativo em pleno período de
safra.
Nota-se que, nesta safra, as usinas têm realizado de maneira mais intensa arbitragem com a comercialização dos produtos do setor, redirecionando sua oferta para o produto de melhor remuneração e, com isso, mantendo um fluxo de caixa equilibrado. Aparentemente, um fator importante na definição da alta de preços tem sido a capacidade das usinas em segurar o produto, dado que estão capitalizadas com as exportações do açúcar.
Em relação à remuneração do açúcar no mercado interno e externo, acompanhada com bastante atenção pelos agentes do setor, ao longo do mês as vendas para o mercado externo estiveram entre 4% e 8% mais remuneradoras que as vendas internas. Apesar do preço doméstico ter apresentado sucessivas altas, a forte desvalorização do real frente ao dólar, que apresentou uma variação acumulada de cerca de 27% ao longo do mês, fez com fosse mantida a vantagem relativa da exportação do produto.
Álcool anidro e hidratado também sobem
No mercado de álcool também houve uma elevação dos preços tanto do álcool anidro como do hidratado para fins combustíveis. Para o mês de Setembro, o Indicador Mensal Cepea/Esalq fechou a R$ 0,56986/litro (sem impostos) para o álcool anidro e a R$ 0,48496/litro (sem impostos) para o hidratado, com variações de 15,42% e 15,03%, respectivamente, sobre o mês anterior.
O crescimento da venda de carros a álcool, que passou de 3% para 4% do total comercializados anualmente pelas montadoras, e a perspectiva de uma oferta apertada no final da safra têm sido apontados como importantes fatores na definição da alta de preços do álcool. A expectativa do setor é de que o mercado de álcool combustível na entressafra se comporte de maneira semelhante à registrada na última temporada – ou seja, com oferta justa, pouco acima da demanda. (Cepea)