B&S 2 – Apesar da necessidade de superar alguns desafios, o Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB) – lançado em 6 de dezembro de 2004 pelo governo brasileiro – tem obtido resultados positivos. “Está caminhando muito bem”, resume o engenheiro químico José Manuel Cabral de Sousa Dias, chefe de Comunicação e Negócios da Embrapa Agroenergia. De acordo com ele, a participação da agricultura familiar e a antecipação da mistura B5 – a adição de 5% de biodiesel ao óleo diesel – em três anos são alguns sinais que demonstram a trajetória bem-sucedida do programa. A vigência do B5 estava prevista para 2013, mas começou a vigorar em 1º de janeiro de 2010.
A perspectiva de aumento do índice de biodiesel adicionado ao diesel, nos próximos anos, amplia as possibilidades de crescimento do setor, que deverá produzir em 2010 entre 2 a 2,2 bilhões de litros. A produção brasileira de biodiesel é a segunda maior do mundo, conforme informações de José Cabral. O País perde apenas para a Alemanha, que tem uma produção superior a 4 bilhões de litros. Segundo o coordenador de Comunicação e Negócios da Embrapa Agroenergia, a expectativa do setor é que o B6 seja utilizado a partir de 2011. A adoção dessa e de outras medidas relacionadas ao PNPB passam, no entanto, pelos resultados das eleições presidenciais de outubro.
De uma maneira ou de outra, o programa vai se fortalecendo. Alguns representantes do setor de biodiesel defendem inclusive que o Brasil tenha um aumento gradativo da mistura, com o acréscimo anual de 1% de biodiesel ao óleo diesel. Além disso, existe hoje, nessa área, um posicionamento favorável à adoção da mistura de 20% nas regiões metropolitanas. A ideia é o que o chamado B20 metropolitano seja implantado até 2015. José Cabral observa que há um consenso, atualmente, que a utilização de até 20% não causa nenhum impacto negativo na frota, não ocorrendo problemas de desempenho e de desgaste nos motores. “Fabricantes de tratores, caminhões e ônibus têm realizado pesquisas com o objetivo de se prepararem para a utilização de 100% de biodiesel (B100)”, revela.