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Jalles Machado mantém parcerias em programa genético

A usina Jalles Machado, localizada em Goianésia, GO, é uma unidade de pesquisa a céu aberto. De acordo com a Engenheira Agrônoma e Gestora do Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento da empresa, Patrícia Rezende, os canaviais contam com 25 variedades diferentes.

O CTC (Centro de Tecnologia Canavieira), parceiro da Jalles desde 1999, é responsável pela pesquisa e desenvolvimento das variedades cultivadas em 40% dos 34 mil hectares de área plantada. Já as variedades do IAC (Instituto Agronômico de Campinas), que mantém convênio com a usina desde 2001, ocupam outros 40% da área.

A Jalles também mantém uma parceria com a Universidade Federal de Goiás (UFG), por meio da Ridesa, com o objetivo pesquisar novas variedades de cana que se adaptem melhor às condições de solo e clima da região.

A instituição de ensino federal fornece e testa nos canaviais da usina as mudas desenvolvidas através de cruzamentos artificiais. Os pesquisadores acompanham o plantio e o crescimento dos clones e faz a seleção daqueles que possam dar origem a novas variedades.

A Jalles e a UFG começaram a trabalhar juntas em 2004. Durante esse período, já foram plantados mais de 10 mil clones. A partir de 2012 as mudas selecionadas poderão ser distribuídas em outras usinas da região. Pelo menos 20% da área plantada na Jalles possuem variedades RB da Ridesa.

Uma das variedades lançadas em março pela Ridesa, a RB 966928, desenvolvida pela Universidade Federal do Paraná, já faz parte do plantel da Jalles. De acordo com Patrícia Rezende, a cana se adapta bem as regiões mais secas, é precoce e muito rica.

A agrônoma diz que a região goiana onde fica a Jalles apresenta condições climáticas bem definidas no ano, com seis meses de chuva e outros seis meses muito secos. No entanto, por conta do manejo varietal planejado, a produtividade média subiu de 75 para 85 toneladas de cana por hectare apenas nos últimos três anos.

Segundo Patrícia, a produtividade média inferior à registrada em São Paulo, pode crescer ainda mais com as pesquisas. No entanto, afirma que o índice de ATR (Açúcar Total Recuperável) de 144 quilos por tonelada de cana é considerado bom, para dar equilíbrio.