O etanol produzido a partir da cana-de-açúcar reduz as emissões de gases de efeito estufa em até 61%, quando comparado à gasolina. A constatação é da Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (Environmental Protection Agency, EPA), que destacou a eficiência do etanol brasileiro como biocombustível renovável de baixo carbono.
O cálculo da Agência considera um prazo de compensação de 30 anos para emissões ligadas a efeitos indiretos do uso da terra (Indirect Land Use Changes – ILUC). O anúncio feito ontem contém a regulamentação final da lei que define a produção e uso de biocombustíveis nos Estados Unidos (Renewable Fuel Standard, RFS2).
De acordo com a Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), o RFS2 vai ajudar os EUA a alcançarem suas metas de segurança energética e de redução de gases de efeito estufa, conforme determina o Ato de Segurança e Independência Energética de 2007 (Energy Security and Independence Act of 2007).
As novas regulamentações estabelecem um consumo mínimo de 13 bilhões de galões (49,2 bilhões de litros) de biocombustíveis nos EUA em 2010, quando o etanol e outros combustíveis renováveis deverão representar 8,25% das vendas totais de gasolina e diesel nos EUA.
Até 2022, o consumo mínimo deve alcançar aproximadamente 136 bilhões de litros. Desse total, quase 80 bilhões de litros por ano devem ser destinados aos tipos de combustíveis considerados avançados.
Tais combustíveis avançados são o celulósico (2º geração), diesel de biomassa e, agora, o etanol de cana-de-açúcar, este último classificado pela EPA como biocombustível que ultrapassa as exigências mínimas para redução de emissões de Gases de Efeito Estufa para todas as outras categorias.
“A reafirmação da superioridade do etanol de cana na redução de gases de efeito estufa confirma que a produção sustentável de um biocombustível pode ter um papel importante no combate às mudanças climáticas. Talvez este reconhecimento influencie aqueles que buscam levantar barreiras comerciais contra a energia limpa nos EUA e no mundo”, disse o representante-chefe da Unica em Washington, EUA, Joel Velasco.
No ano passado, a Unica enviou comentários à EPA citando várias evidências científicas demonstrando que, mesmo incluindo as emissões indiretas, o etanol de cana alcança redução de 73% a 82% nas emissões de gases de efeito estufa comparado à gasolina. “Ainda estamos revisando os detalhes da versão final da lei, mas já está claro que a EPA incorporou muitos dos comentários da Unica e de outros stakeholders, feitos durante o período de envio de comentários públicos”, disse Velasco.