A joint venture entre o Grupo Cosan e a Shell International Petroleum, anunciada nesta segunda-feira (1º), vai agregar os ativos de distribuição de combustíveis da Shell no Brasil, além do negócio de combustíveis de aviação, 50% de participação na Iogen – líder mundial em biotecnologia especializada em etanol celulósico – e 14,6% na Codexis – especializada em tecnologias limpas de processos biocatalíticos.
Para a Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), o envolvimento da Iogen e da Codexis, ambas subsidiárias da Shell, vai possibilitar avanços importantes no desenvolvimento do etanol de segunda geração produzido a partir de biomassa de cana-de-açúcar.
“É fundamental que as empresas de nosso setor avancem de forma decisiva na utilização de novas tecnologias. É algo que já vem se manifestando, mas que necessita de mais empenho e investimentos por ser um aspecto vital para o futuro de nossa atividade”, disse o presidente da Unica, Marcos Jank.
Combustível limpo
Durante o anúncio da joint venture, nesta segunda-feira (1º), representantes da Shell no Brasil e em Londres disseram que o etanol brasileiro é o que mais contribui para reduzir as emissões de gases causadores do efeito estufa, o mais eficiente e sustentável e o mais comercialmente viável do mundo.
“É importante constatar que não apenas a Shell, mas diversas empresas de porte global, que vêm marcando presença no setor sucroenergético brasileiro, hoje já consideram esses aspectos consolidados a respeito do etanol produzido no Brasil”, disse Jank.
Potência
O acordo, avaliado em US$ 12 bilhões de dólares, une a principal produtora brasileira e mundial de etanol de cana e detentora das marcas Esso e Mobil no País e uma das maiores empresas petrolíferas do mundo.
A Shell torna-se, assim, a terceira empresa petrolífera a investir na produção de etanol no Brasil – a BP foi a primeira em 2008, seguida da Petrobrás, que fez seu primeiro investimento direto na produção no final de 2009.
Cerca de 70% do patrimônio da Cosan irá para a nova empresa. A gigante brasileira do etanol tem 23 usinas, com capacidade de moagem de 60 milhões de toneladas de cana, maior que a da Austrália. A dívida líquida da empresa, de R$ 2,5 bilhões, também será incorporada à nova empresa, que terá gestão compartilhada, cada uma com 50%.