A fabricante de moendas e equipamentos Simisa e a fornecedora de tecnologia em caldeiras HPB, ambas de Sertãozinho, SP, firmaram uma parceria, de olho no mercado de energia térmica. A recém criada HPB-Simisa receberá investimentos de R$ 60 milhões até 2015 e terá como foco principal o setor sucroenergético, que inicialmente deve representar mais de 90% da carteira de clientes.
As empresas Simisa e HPB continuam com suas operações independentes. No entanto, na interseção de atividades, que gerou a HPB-Simisa, cada companhia terá 50% de participação. A nova empresa contará com um parque fabril que está sendo construído numa área de 130 mil m², às margens da rodovia Carlos Tonani, em Sertãozinho, e deverá ser inaugurado em março de 2011.
Porém, as operações da HPB-Simisa serão iniciadas já em março deste ano, nas atuais instalações das duas empresas. A primeira encomenda já foi feita. A ETH Bioenergia, do Grupo Odebrecht, contará, ainda este ano, com duas caldeiras (320 TVH; 67 Kgf/cm²; 520ºC) que serão instaladas nas unidades de Rio Claro, GO, e Santa Luzia, MS. As duas caldeiras custarão R$ 85 milhões.
De acordo com o presidente da HBP-Simisa – e sócio da HBP -, Renato Malieno Nogueira, a empresa terá capacidade para produzir seis caldeiras em 2010, o equivalente a R$ 200 milhões em vendas. Para isso, conta com um efetivo de 170 colaboradores. Até 2014, segundo ele, a capacidade produtiva anual será de 15 caldeiras, com um quadro de funcionários estimado em 1,2 mil pessoas e perspectivas de vendas da ordem de R$ 500 milhões.
Nos próximos três anos, R$ 30 milhões serão investidos no empreendimento. Outros R$ 30 milhões serão injetados até 2015. Dos R$ 60 milhões previstos, a HPB-Simisa vai desembolsar de 20% a 25%. O restante está sendo negociado com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Segundo Renato Malieno, as negociações com a instituição estão “prósperas”.
De acordo com o superintendente da Simisa – e agora também da HPB-Simisa – José Luiz Aguiar, apesar de 2009 ter sido “um ponto fora da curva”, a Simisa ainda sim conseguiu crescer 20% em relação a 2008, o que permitiu a reserva de “cacife” para o investimento na nova empresa. “A Simisa investe 100% do que fatura na própria companhia”, disse Aguiar para justificar o bom resultado de 2009, com faturamento de R$ 335 milhões.
Além do setor sucroenergético, a HPB-Simisa pretende abrir mercado nos segmentos de papel e celulose, mineração, siderúrgico e de petróleo e gás, grandes consumidores de energia térmica. No entanto, enxerga o setor de açúcar, etanol e bioenergia como estratégico, com previsão de crescimento mais “consistente”.