Mercado

Cenário de superávit mundial de açúcar

A superoferta de açúcar no mercado mundial deve continuar nos próximos dois anos, de acordo com estimativas da Organização Internacional do Açúcar (OIA).

Segundo Lindsay Jolly, economista da OIA, há um superávit de 3,65 milhões de toneladas na safra 2002/03, com uma produção projetada em 139,9 milhões de toneladas e um consumo de 136,24 milhões de toneladas. Na safra passada, o superávit ficou em 3,45 milhões de toneladas, com uma produção de 137,05 milhões de toneladas para um consumo de 133,6 milhões de toneladas.

Jolly informa que o cenário de superoferta de produção de açúcar ocorre há pelo menos cinco safras consecutivas, com exceção de 2000, quando o Brasil – maior produtor mundial – registrou quebra de produção em função da estiagem. Pelos cálculos da OIA, os estoques dos principais países produtores estão em torno de 62,5 milhões de toneladas – três vezes a produção brasileira.

Os preços acompanham este cenário. Segundo Jolly, as cotações devem se manter entre 5 e 6 centavos de dólar por libra-peso. A maior produção do Brasil, Estados Unidos, África do Sul e União Européia pressiona o mercado internacional. A situação poderia ser pior, se a colheita da Austrália, outro principal país produtor, não tivesse quebrado, devido a problemas climáticos.

A reversão de cenário, segundo ele, poderá ocorrer após a safra 2003/04, impulsionada pelo aumento de consumo de açúcar, sobretudo dos países asiáticos. O crescimento do mercado de álcool também é uma alternativa à redução da safra de açúcar. No entanto, de acordo com Jolly, o álcool só deve interferir nos preços do açúcar nos próximos dois ou três anos.