O fim das barreiras para o açúcar nos mercados norte-americanos e europeus, sobretudo, foi defendido ontem por Eduardo Pereira de Carvalho, presidente da União da Agroindústria Canavieira do Estado de São Paulo (Unica), durante o Encontro Internacional de Países Latino-Americanos Produtores de Açúcar, em São Paulo.
Segundo Carvalho, o cenário de preços internacionais de açúcar, no momento, é desestimulador. A abertura de mercado é uma alternativa aos países produtores.
O Brasil deve entrar na próxima semana com pedido de consulta na Organização Mundial do Comércio (OMC) questionando os subsídios da União Européia para exportar o produto. O governo australiano deve apoiar o País nesta briga, diz Pedro de Camargo Neto, secretário de Política e Comercialização do Ministério da Agricultura. “Entramos nesta briga para ganhar. E temos chances”, diz o secretário.
Carvalho diz que o álcool é outra alternativa ao país produtor de cana-de-açúcar para expandir os negócios.
Para Lindsay Jolly, economista da Organização Internacional do Açúcar (OIA), os preços internacionais do açúcar devem continuar nos patamares atuais pelo menos até o próximo ano. Segundo ele, a queda não foi maior porque grandes países produtores, como a Austrália, tiveram problemas com a safra, em razão do clima desfavorável aos canaviais.
Jolly informa que a perspectiva de consumo de açúcar para 2003 é de 136,240 milhões de toneladas, para uma produção de 139,897 milhões de toneladas – com superávit de 3,657 milhões de toneladas. Na safra passada, a produção ficou em 137,057 milhões de toneladas, para um consumo de 133,604 milhões de toneladas e também superávit de 3,453 milhões de toneladas. No entanto, os estoques mundiais dos países produtores somam 62 milhões de toneladas.