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Novas regras dos EUA para combustíveis podem beneficiar o Brasil

JC 190 – A União da Indústria da Cana-de-açúcar (Unica) entregou, no dia 25 de setembro, um texto de 40 páginas para a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA, na sigla em inglês), no qual defende que o etanol produzido no Brasil a partir da cana-de-açúcar poderá ajudar os Estados Unidos a cumprir a legislação de consumo de combustíveis renováveis, reduzindo as emissões de CO2 naquele país. Dentro de algumas semanas, a EPA deverá divulgar as regras que poderão abrir um mercado potencial para o Brasil nos EUA.

A carta foi entregue na data final para o envio de comentários públicos sobre a proposta de implementação do novo Mandato de Combustíveis Renováveis (Renewable Fuel Standard, ou RFS) e tem como meta mostrar que o desempenho do etanol brasileiro se mantém elevado mesmo considerando supostos impactos indiretos devido a mudanças no uso da terra (Indirect Land Use Changes, ou ILUC).

O representante-chefe da Unica para a América do Norte, Joel Velasco, informou, por meio de um comunicado, que “a entidade mostrou de maneira enfática e com argumentos científicos que o etanol brasileiro é uma alternativa mais do que apropriada para os americanos”.

A proposta de implementação do RFS nos Estados Unidos estabelece um consumo mínimo de bicombustíveis superior a 10 bilhões de galões anuais (ou 40 bilhões de litros) já em 2009, podendo atingir 36 bilhões de galões (ou 136 bilhões de litros) em 2022. No processo regulatório americano, o EPA precisa levar em conta os comentários do público antes de finalizar a implementação do RFS.

A carta da Unica ressalta o papel da cana-de-açúcar como matéria-prima principal para avançar no uso de energia limpa e renovável, descrevendo não só a forma sustentável de sua produção no Brasil, utilizando pouco mais de 1% da terra arável do país, como também benefícios adicionais como a geração de bioeletricidade a partir do bagaço de cana. Neste item, a Unica rebate com fatos diversos mitos sobre a produção de cana-de-açúcar, como a acusação recorrente de que o cultivo ocorre na Amazônia.

A Unica sugere melhoras como permitir que o biocombustível avançado seja utilizado no lugar do celulósico – o chamado etanol de segunda geração, caso este não venha a ser produzido na escala necessária para atender as necessidades americanas.

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