O raquitismo da soqueira da cana-de-açúcar é tema de um projeto de pesquisa desenvolvido na Esalq/USP (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz), selecionado para integrar o Programa Fapesp de Pesquisa em Bioenergia, o Bioen. A doença é causada por uma bactéria (Leifsonia xyli), que está disseminada pelo mundo, causando perdas significativas na produção canavieira.
Os estudos, com duração de três anos, são coordenados pelo pesquisador e professor do departamento de Fitopatologia e Nematologia da Esalq, Luis Eduardo Aranha Camargo. O projeto também envolve cientistas da Universidade Federal de São Carlos e do Instituto de Biociências e Instituto de Química, ambos da USP.
Segundo Camargo, a pesquisa é um desdobramento dos antigos projetos Genoma da Fapesp, que começaram em 1998 com o Xylela, seguindo com o sequenciamento de vários organismos, entre os quais, a bactéria do raquitismo. “Esse mal pode reduzir a biomassa em até 50% em cultivares suscetíveis”, disse.
As perdas chegam a R$ 107 milhões por safra, cerca de 3,3 milhões de toneladas de cana que deixam de ser colhidas. “Além disso, é pouco estudado, uma vez que trata-se de uma bactéria que demora muito para crescer em laboratório”, disse. Por conta do metabolismo, a bactéria demora cerca de dez dias para crescer em um meio de cultura, enquanto o normal é cerca de dois dias.
Os pesquisadores vão estudar a reação da planta com a bactéria inoculada e comparar variedades resistentes e suscetíveis de cana. A identificação dos genes que manifestam ou que ajudam a combater a doença irá permitir mapear o comportamento da planta e os mecanismos de defesa empregados.