A Usina São Fernando Açúcar e Álcool, a 15 quilômetros de Dourados, MS, iniciou sua primeira safra nesta segunda-feira (15), com a previsão de moer cerca de 1,1 milhão de toneladas de cana para produção de 30 MW de energia e 100 milhões de litros de etanol. Uma missa de ação de graças marcou o início das atividades.
O empreendimento dos grupos Bertin e São Marcos Energia custou aproximadamente R$ 338 milhões, com financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Até 2017, a São Fernando deve atingir a capacidade plena, processando 4 milhões de toneladas para produzir 320 milhões de litros de etanol e cogerar 182 MW de energia elétrica a partir do bagaço da cana.
A empresa solicitou à ONU (Organização das Nações Unidas) sua habilitação para comercializar créditos de carbono. Os certificados são emitidos quando ocorre a redução de emissão de gases causadores do efeito estufa e o sequestro de carbono pode ser negociado no mercado internacional.
Ainda não há previsão para efetivar a venda dos créditos, mas a São Fernando espera estar liberada nos próximos meses. A usina já teve proposta auditada por empresa certificadora creditada pela ONU.
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Segundo o engenheiro eletricista e supervisor de Cogeração e Energia Elétrica da Usina São Fernando, Otávio Gonçalves Pereira, a Usina partiu da premissa de que a comercialização do crédito de carbono também justificaria o empreendimento, sendo que a preocupação com o meio ambiente é via de regra nesse contexto para a empresa.
A aprovação de um projeto de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) dura, em média, um ano para a sua efetivação e posterior comercialização dos créditos de carbono.
A Usina São Fernando, que atualmente emprega cerca de 2 mil trabalhadores, é a 16ª unidade sucroenergética a entrar em operação em MS, sendo a segunda este ano. Em maio, a Usina Vista Alegre, em Maracaju, iniciou sua primeira safra.
Até agosto, outras cinco unidades devem começar a moer cana em Mato Grosso do Sul: Laguna Álcool e Açúcar, das famílias Medeiros e Carvalho Cunha, em Bataiporã; Monteverde Agroenergia, em Ponta Porã, empreendimento do empresário Flávio Wallauer e da multinacional Bunge; a do grupo Nova América, em Caarapó; a Iaco Agrícola, dos grupos Grendene, Irmãos Schimidt e do empresário André Esteves, em Chapadão do Sul; e a Santa Luzia, da ETH, em Nova Alvorada do Sul.
