O governador de São Paulo, José Serra, participou, nesta segunda-feira (27), da abertura oficial da 16ª Agrishow. O mais provável candidato do PSDB à presidência da república apontou as virtudes do agronegócio paulista no cenário nacional, elogiou o esforço de Ribeirão Preto pela permanência da feira na cidade e reservou a maior parte do discurso para divulgar as ações do governo para o fomento do agronegócio em São Paulo.
Serra citou o programa de financiando para tratores para pequenos e médios produtores com renda de até R$ 450 mil por ano. “Eu até compraria um trator desses, se tivesse lugar para guardar”, brincou. Falou também sobre o Feap (Fundo de Expansão da Agricultura Paulista), que financia a compra de sementes a juros de 3% ao ano, com pagamento em até cinco anos. Segundo Serra, a remuneração dos pesquisadores do Feap passou de R$ 25 mi para R$ 100 mi por ano.
O tucano informou que já investiu R$ 10 milhões em pesquisas do setor de agronegócios e anunciou o aporte de outros R$ 10 milhões para os próximos dois anos. Serra também falou sobre a recuperação e pavimentação de 12 mil quilômetros de estradas vicinais e a criação de três mil quilômetros de novas vias que atenderão ao setor agropecuário.
Um seguro rural, cujo sistema é atrelado ao crédito de custeio, também foi anunciado por Serra na abertura da Agrishow. É um seguro ligado à produtividade que contará com R$ 149 milhões. O projeto está em análise jurídica e não contempla a cana-de-açúcar. Vai beneficiar as culturas do milho, café, soja, além de pecuária.
Serra evitou comentar sobre a saúde da ministra chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, que em tratamento por causa de um tumor linfático descoberto em estágio inicial. Dilma é a virtual candidata petista à sucessão do presidente Lula. O governador falou que é “desrespeitoso” misturar a doença da ministra e eleição.
Serra, no entanto, não poupou críticas ao governo federal. Ele reclamou da demora na liberação dos R$ 2,5 bilhões que serão usados pelas usinas para financiamento dos estoques de etanol. O tucano também classificou como “atraso de vida” o fato de que o País tenha dois ministérios para o setor (Agricultura e Reforma Agrária), o que, segundo ele, dificulta a formação de políticas públicas.