A Usina Batatais deu início, nesta terça-feira (17), à safra 2009/10 na região de Ribeirão Preto, SP. A unidade estima moer 3,6 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, volume 5% maior do que as 3,44 milhões de toneladas esmagadas no ciclo passado.
A safra de 270 dias, prevista para terminar no dia 12 de dezembro, será mais doce. A unidade estima produzir 5,6 milhões de sacos (50kg) de açúcar, 14% a mais do que em 2008. Já a produção de etanol deverá alcançar 138 milhões de litros, 1% de aumento em relação ao último ano.
Segundo o diretor presidente da usina, Bernardo Biagi, a decisão de aumentar a produção de açúcar foi estimulada pelo déficit mundial da commodity, causado pela quebra da safra de importantes países produtores na Europa e Ásia, principalmente a Índia. A atual taxa de câmbio também favorece o incremento da produção, que é 100% exportada.
Já o pequeno aumento da produção de etanol estimado para este ano é justificado pela baixa remuneração do produto. Bernardo Biagi afirma que o preço do combustível está aproximadamente 20% abaixo do considerado ideal para este período do ano. “O álcool hidratado, sem impostos, está saindo da usina por R$ 0,68. O ideal, para cobrir os custos, seria um valor entre R$ 0,85 e R$ 0,90”, disse.
Biagi afirma que, se o preço do etanol mantiver a tendência de baixa, a safra 2009/10 será ruim, como no ano passado. Segundo o empresário, o mercado só não será pior por conta do aumento das vendas de carros flex, que representaram 87,2% do total de veículos comercializados em 2008, no mercado interno. As vendas de janeiro e fevereiro de 2009 mantiveram essa tendência, com 86% e 87%, respectivamente.
Notícias Relacionadas
Cana em pé
Segundo Biagi, as usinas da região Centro-Sul do País deverão moer 540 milhões de toneladas nesta safra. “No ano passado foi de pouco mais de 500 milhões de toneladas. É muita cana. Vamos ter que financiar o prejuízo novamente”, disse.
Pelo menos 40 milhões de toneladas de cana ficaram em pé na safra brasileira 2008/09. Por conta disso, a expectativa é de que o preço seja bom para os consumidores, porém, ruim para os produtores. Esta semana, o litro do álcool está sendo vendido a R$ 0,99 nos postos de combustíveis de Ribeirão Preto, o menor valor do ano.
Desde 2007, a Batatais administra os prejuízos gerados pela baixa remuneração do etanol. No entanto, há cerca de 15 meses, contratou algumas linhas de financiamento, com prazos de cinco a sete anos e juros praticados antes do estouro da crise, já prevendo turbulências econômicas. “Esperamos que, a partir de 2010, a situação comece a melhorar”, observou.
Leia a matéria completa na edição de março do JornalCana
