Mercado

Adecoagro inaugura Angélica Agroenergia em MS

A primeira usina do grupo Adecoagro na região do Vale do Ivinhema, Mato Grosso do Sul, entrará em operação este mês. A Angélica Agroenergia, inaugurada oficialmente nesta terça-feira (8), produzirá álcool, açúcar e energia a partir do bagaço da cana. A previsão de moagem para esta safra é de 800 mil toneladas, inicialmente apenas para produção de álcool hidratado.

Na safra 2009/10, a unidade prevê o início da produção de álcool anidro. Em 2010, a capacidade nominal de produção deverá alcançar 180 milhões de litros de etanol, assim como a fabricação de 4,15 milhões de sacos (50 kg) de açúcar e potência de cogeração equivalente a 54MW. Em plena capacidade, a usina deverá moer 3,6 milhões de toneladas de cana.

O grupo planeja investir R$ 526,7 milhões na unidade de Angélica até 2009. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) participa com 29% do total (R$ 151 milhões). A usina fica na fazenda Kurupay, zona rural do município. O plantio e a colheita dos cerca de 48 mil hectares de cana serão totalmente mecanizados.

Cogeração

A Usina Termelétrica (UTE) de Angélica é constituída de uma subestação elevatória de 13,8 kV/138 kV, com um transformador de 30/37,5 MVA, implantados na primeira fase. Na segunda etapa, em 2010, será instalado outro transformador de 30/37,5 MVA, que será conectado à Subestação de Ivinhema, da Empresa Energética de Mato Grosso do Sul (Enersul), através de uma linha em 138 kV, com cerca de 30 km de extensão.

Unidade II

O grupo Adecoagro anunciou o investimento de R$ 600 milhões, nos próximos seis anos, para construção de uma usina de álcool e cogeração de energia no município de Ivinhema, no Mato Grosso do Sul. Em 2014, a Ivinhema Agroenergia pretende alcançar a moagem de 3,6 milhões de toneladas de cana-de-açúcar.

Os recursos serão aplicados na estrutura industrial e na mecanização agrícola para plantio e colheita da cana em aproximadamente 48 mil hectares. Em plena capacidade, a unidade deverá produzir cerca de 300 milhões de litros de etanol. O excedente da cogeração de energia elétrica, equivalente a 50MW/h, será vendido ao sistema.

De acordo com o gerente industrial corporativo do grupo, Luiz Fernando Pereira Alves, as operações deverão começar em abril de 2009, com a moagem inicial de 1,7 milhão de toneladas de cana.

De acordo com o diretor de açúcar e álcool da Adecoagro, Marcelo Vieira, serão implementados programas permanentes de controle ambiental, medidas de controle da poluição do ar, com o uso de filtros úmidos nas chaminés das caldeiras, além de ações de proteção à fauna e flora regional. A usina deverá gerar cerca de 1,5 mil empregos diretos e outros 2 mil indiretos.

Ivinhema fica numa área de 2 mil km², no sudoeste do Mato Grosso do Sul. Fundada em 1963, possui pouco mais de 20 mil habitantes (censo 2005) e faz limites com os municípios de Nova Andradina, Novo Horizonte do Sul, Angélica e Deodápolis.

Futuro

Também está nos planos de investimentos do grupo, outra unidade que seguem os moldes de produção da Ivinhama. A Amandina Agroenergia deverá começar a produzir na safra 2001/12. As três unidades da Adecoagro no Mato Grosso do Sul ficarão a uma distância máxima de 20 quilômetros umas das outras. Somadas, as áreas de cultivo deverão se aproximar de 150 mil hectares.

O Grupo Adecoagro foi criado em setembro de 2002 e atua na América do Sul em segmentos da agricultura, produção de leite, pecuária, cogeração, açúcar e etanol. O grupo possui 230 mil hectares de terra própria entre a Argentina, Brasil e Uruguai.

No Brasil, o grupo é dono da usina Monte Alegre (UMA), em Monte Belo, Sul de Minas Gerais. A UMA, fundada há mais de 50 anos, tem atualmente uma capacidade de moagem anual de um milhão de toneladas de cana-de-açúcar e atualmente produz 80 mil toneladas de açúcar e 30 milhões de litros de álcool. A unidade conta com uma área plantada de 12 mil hectares.

Potencial do MS

De acordo com o governador do Mato Grosso do Sul, André Puccinelli, a finalização do ZEE (Zoneamento Econômico-Ecológico) incentivará o desenvolvimento das regiões de acordo com os critérios estabelecidos como solo e a climatologia. “Queremos diversificar a matriz econômica do estado. A agroenergia parece ser o futuro do mundo e queremos passar de 5º para 2º maior produtor de etanol do Brasil, entre 2012 e 2015”, disse.