América Central e Caribe estão no foco das discussões da Bioenergy Alliance, evento que reúne, desde o dia 6 de abril, os principais empresários e autoridades em etanol das Américas. Nesta quarta-feira (9), programas considerados de grande potencial para o mercado brasileiro, como o CBI (Caribbean Basin Initiative), serão discutidos na Guatemala.
Os países caribenhos podem exportar até 7% da demanda total de álcool dos EUA, com isenção da tarifa de importação. A adesão de vários países da América Central e Caribe na mistura de percentual de álcool na gasolina pode motivar a redução das importações de derivados de petróleo e aumentar os investimentos de empresas da Guatemala para incremento da produção de álcool, de olho nas exportações.
“A Guatemala tem a estratégia mais inteligente do ponto de vista do produtor interno, são os que apresentam melhor rentabilidade. Nós temos muito que aprender com eles. Os guatemaltecos têm uma produção forte de açúcar, investem pesado na produção de etanol e tem empresários locais investindo no Brasil”, afirma o presidente do Grupo Maubisa, Maurílio Biagi Filho.
O diretor da Adecoagro, Marcelo Vieira, também participa do evento e afirma que a presença brasileira na região caribenha é cada vez maior. “Temos negócios no Caribe de desidratação de álcool e pretendemos aumentar ainda mais nossa participação, pois temos metas altas de exportação quando as quatro usinas estivem produzindo a pleno vapor”, afirma Vieira. O grupo Adecoagro possui uma usina em Minas Gerais e está construindo mais três no Mato Grosso do Sul.
O diretor da Usina Caeté (Grupo Carlos Lyra), Severino Cláudio de Souza Júnior, reforça as afirmações dos empresários brasileiros favoráveis à expansão do mercado de etanol na América Central. “É o caminho mais viável para a entrada do produto brasileiro nos Estados Unidos”, disse.
“Hoje, de 30% a 40% das exportações brasileiras de álcool passam pelo Caribe”, afirma Dagoberto Delmar Pinto, da Trade CPA. Já o diretor do Grupo Bunge, Rodrigo Munhoz, comenta que “o Brasil precisa continuar esse road-show, pois as expectativas são muito boas”.
Ontem (8), a Bioenergy Alliance promoveu um painel no México. As discussões giraram em torno do Nafta e as oportunidades do açúcar e do álcool. O evento, que começou no domingo e vai até 11 de abril, reúne os principais empresários e autoridades em etanol das Américas em um giro pelos Estados Unidos, México e Guatemala.
O evento é promovido pela FMC, multinacional americana que emprega cerca de 5 mil pessoas em 34 países. No Brasil, a FMC fica em Campinas e tem foco no setor agrícola, principalmente na área de controle de pragas, plantas daninhas e doenças em culturas como soja, milho, algodão, cana-de-açúcar, arroz, entre outras.