Os investimentos no Brasil no aumento da capacidade de produção de açúcar e álcool deverão continuar, mesmo após a crise internacional desencadeada no ano passado pelo setor imobiliário americano (subprimes).
As vantagens competitivas e comparativas do setor sucroalcooleiro do Brasil continuam atrativos, segundo Paulo Faveret Filho, gerente de biocombustíveis do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Faveret participou do seminário internacional de açúcar e álcool da F.O. Licht, em São Paulo.
No ano passado, o BNDES desembolsou R$ 3,7 bilhões para o setor sucroalcooleiro, dos quais R$ 1,8 bilhão foi destinado para ampliação da capacidade produtiva. Otimistas, analistas de mercado afirmam que os aportes de grandes grupos continuam, mesmo com o cenário de superávit global de açúcar, o que pode pressionar as cotações da commodity.
Segundo Faveret, os projetos atuais das usinas em análise pelo banco são de grande porte. Atualmente, o valor médio desses projetos é de R$ 380 milhões, o dobro do projetado em janeiro passado (R$ 178 milhões). Há dois anos, estavam em R$ 78 milhões. Em 2007 os desembolsos foram para projetos em 530 municípios diferentes, ante os 360 municípios de 2006 e 229 de 2004. Segundo o BNDES, os desembolsos para esse setor devem continuar crescendo em 2009, mas em ritmo menos acelerado. Desde 2001, o crescimento médio anual de liberações ao setor foi de 72%.
Há sete anos, o banco liberou R$ 350 milhões para essa atividade.
O Brasil conta com mais de 150 projetos de novas usinas, com aportes em torno de US$ 20 bilhões. Deste total, apenas 80 devem sair do papel no curto e médio prazo, segundo analistas.