A falta de profissionais especializados no segmento sucroalcooleiro no
Brasil está modificando o perfil dos cursos superiores e profissionalizantes oferecidos pelas instituições de ensino ligadas
ao setor. Para atender à demanda por especialistas, duas universidades do País implantaram este ano o primeiro curso de
engenharia bioenergética. O projeto foi desenvolvido pelo engenheiro civil Gustavo Isaia, com apoio da Unica – União da Indústria de Cana-de-Açúcar, que identificou a carência de mão-de-obra especializada no setor. Isaia, que é especialista em patrimônio natural, percebeu a falta de profissionais que dominem o conhecimento do ciclo produtivo completo dos biocombustíveis e bioenergias. Na área do etanol,
o engenheiro reconheceu que existe gente boa trabalhando, porém, com conhecimento segmentado, sem o domínio global dos processos.
A Unica encampou a idéia de Isaia e levou a proposta para 100 usinas associados à entidade. Identificou que realmente existe carência de profissionais com visão global dos processos que envolvem a transformação das novas energias. O curso de engenharia bioenergética
será implantado inicialmente na Centro Universitário de Araraquara (Uniara), no interior paulista, e na Fundação Mineira de Educação e Cultura (Fumec), em Belo Horizonte, MG. Uma universidade de Santa Catarina estuda a possibilidade de implantar o curso a partir de 2009.