Na safra 2007/08, a área de colheita de cana-de-açúcar no Estado de
São Paulo foi de 3,95 milhões de hectares. Se consideradas as áreas reformadas, onde já houve plantio para colheita em 2008, a área chega a 4,22 milhões de hectares. O aumento é de 15% em relação aos 3,66 milhões de hectares cultivados em 2006/07.
O setor sucroalcooleiro paulista conta com um importante aliado para
calcular com exatidão as áreas plantadas com cana-de-açúcar no Estado.
Desde 2003, o projeto Canasat utiliza imagens de satélites para mapear e quantificar a área de cultivo.
O sistema está aprovado e caso seja ampliado para outros estados, tornar-se-á ferramenta de múltipla função que servirá a variados setores, desde a própria usina, passando pelo governo, que pode fiscalizar áreas e até mesmo por Organizações Não Governamentais
ou oficiais: por meio das imagens disponíveis quinzenalmente, poderão verificar que não há qualquer indício de que a Amazônia esteja sendo transformada em canaviais, conforme se apregoa de forma inadvertida.
As informações sobre a distribuição espacial da cana estão disponíveis
na internet através de mapas temáticos que mostram a localização de municípios, usinas e destilarias paulistas. Mosaicos de imagens podem ser vistos em diferentes composições coloridas. O projeto é desenvolvido pelo Inpe – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais em parceria com a Unica – União das Indústrias de Cana-de-açúcar, Cepea
– Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada e CTC – Centro de
Tecnologia Canavieira. De acordo com o coordenador do projeto Canasat, Bernardo Rudorff, as imagens dos satélites permitem a fácil
identificação das áreas reformadas ou plantadas com cana-de-açúcar por se tratar de uma vegetação densa e de favorável visualização.
A vegetação verde, densa e uniforme, apresenta grande absorção, ficando escura, permitindo contraste entre as áreas ocupadas com vegetação e solo exposto, estradas ou áreas urbanas. Também há bom contraste entre diferentes tipos de cobertura vegetal como campo, cerrado e floresta ou áreas com pouca cobertura vegetal.