O governo indiano está avaliando permitir que usinas de açúcar destinem uma quantidade adicional significativa de sua produção para a fabricação de etanol, em uma medida que pode impactar as exportações de açúcar e impulsionar a indústria de biocombustíveis.
De acordo com fontes da Bloomberg News, familiarizadas com o assunto, o governo está considerando alocar mais 800.000 toneladas de açúcar para o biocombustível neste ano, em resposta a uma safra provavelmente maior do que o inicialmente previsto.
Essa proposta representaria um aumento considerável em relação às 1,7 milhão de toneladas já designadas para a produção de etanol. A decisão de aumentar a destinação de açúcar para o biocombustível é vista como uma medida para lidar com o excedente de produção e para incentivar o uso de etanol na gasolina, visando alcançar a meta de mistura de 15% estabelecida para 2023/24.
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No entanto, essa mudança frustra as esperanças da indústria açucareira em uma liberação iminente das restrições de exportação. A Índia estendeu suas restrições em outubro passado, visando proteger os estoques domésticos durante as eleições. Com as eleições em andamento, espera-se que o país mantenha as restrições para garantir a estabilidade dos preços dos alimentos no mercado interno.
Essa decisão não apenas impulsionaria as usinas de açúcar e destilarias de etanol, que investiram pesadamente na expansão da capacidade de produção de etanol, mas também ajudaria na pontualidade dos pagamentos aos agricultores. O setor de biocombustíveis está investindo significativamente para atender às demandas de mistura estabelecidas pelo governo.
A Índia projeta uma produção de açúcar maior do que o esperado para a safra de 2023/24, impulsionada por uma oferta inesperadamente alta de cana-de-açúcar em Maharashtra e Karnataka. Esse aumento na produção de açúcar estimulou a necessidade de direcionar mais açúcar para a produção de etanol, em linha com os objetivos de política nacional para o setor de biocombustíveis.