Uma pesquisa da KPMG constatou que somente 13% dos líderes das empresas brasileiras afirmaram que elas possuem políticas, habilidades e sistemas relacionados às questões de meio ambiente, sociais e de governança (ESG) para asseguração das divulgações por auditor independente, contra 25% dos entrevistados globais.
Além disso, apenas 23% deles afirmaram que essas organizações possuem políticas e procedimentos robustos para apoiar o desenvolvimento das divulgações ESG contra 27% (global). É o que aponta o recorte brasileiro da pesquisa “Índice de Maturidade de Asseguração em ESG 2023” realizada entre abril e junho deste ano com líderes de seis setores.
De acordo com o levantamento, o Brasil e a China fazem parte dos países que estão menos preparados para a asseguração em ESG, e 42% dos brasileiros entrevistados dizem que é desafiador equilibrar as metas de asseguração em ESG com as expectativas de lucro dos acionistas.
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“As iminentes exigências regulatórias estão estimulando a urgência de preparar-se para a asseguração em ESG. Desde os investidores, até funcionários e a sociedade como um todo, querem saber mais sobre como as empresas estão operando de forma sustentável ao equilibrar a geração de lucros com o propósito genuíno de se resolver um problema real da Sociedade ou do Planeta. Essa tem sido a motivação para a ação regulatória, mas garantir que os dados ESG possam contribuir para a reputação de uma empresa também é fator decisório, isso porque, não endereçar de forma genuína a agenda ESG pode traz riscos de reputação exponencial para as empresas (o chamado greenwashing). Os processos necessários para obter asseguração em ESG podem melhorar as operações através de dados precisos para a tomada de decisão, gestão de riscos e ganhos de eficiência”, analisa o sócio-líder de asseguração da KPMG no Brasil, Sebastian Soares.
Ainda segundo o estudo, 55% dos executivos brasileiros afirmaram que as empresas que eles lideram já devem reportar dados ESG ou serão obrigadas a fazê-lo em breve (66% globais). Além disso, 44% deles veem as ferramentas digitais como a chave para estarem prontos para obter a asseguração em ESG (65% globais). Quando questionados, se as empresas possuem uma clara trilha de auditoria para respaldar as informações não financeiras, a resposta dos brasileiros para esse tópico representou um percentual de 29% contra 26% dos líderes mundiais.
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“Os tópicos ESG estão remodelando as operações de negócio, a mensuração de performance e a gestão de riscos, apresentando novos desafios e oportunidades. Isso vem em um momento crucial, uma vez que as empresas em todo o mundo estão embarcando em uma jornada crítica para atenderem às exigências regulatórias das divulgações relacionadas a essa agenda. Algumas empresas já estão preparando e divulgando informações sobre esses tópicos. Mas agora as demandas de mercado estão mudando, e o que antes era feito a critério da empresa, agora está se tornando obrigatório e regulamentado”, finaliza a sócia-líder de consultoria em ESG da KPMG, Nelmara Arbex.
Sobre o “Índice de Maturidade de Asseguração em ESG 2023”:
A KPMG entrevistou, entre abril e junho deste ano, executivos com conhecimento em relatórios de sustentabilidade e asseguração em ESG de 750 empresas de todos os setores. No Brasil, foram ouvidos líderes de 66 organizações de consumo e varejo, energia e recursos naturais, serviços financeiros, saúde e ciências da vida, indústria, tecnologia e telecomunicações.